Portugal é um país com uma população maioritariamente católica, com cerca de 80% dos cidadãos a identificarem-se como tal, segundo os dados mais recentes. De acordo com o estudo do Centro de Religião e Sociedade Bento XVI, que serviu de base informativa para o Sínodo dos Bispos sobre os jovens na Igreja Católica de 2018, cerca de 53% dos jovens portugueses afirmam-se como católicos, um número superior à média europeia.
Em Portugal, existem 21 dioceses e 4380 paróquias. De entre as várias devoções populares portuguesas, tem grande expressão a devoção a Nossa Senhora de Fátima, manifestada nas datas em que são celebradas as aparições da Virgem Maria aos três Pastorinhos (Francisco, Jacinta e Lúcia).
O Patriarcado de Lisboa conta com uma longa história. As suas origens remontam ao século IV, sendo Potâmio o primeiro bispo de que há registo. Uma tradição antiga fala-nos ainda, nas décadas anteriores, dos mártires Veríssimo, Máxima e Júlia, torturados e executados pelos romanos.
Em 1716, a Diocese de Lisboa torna-se Patriarcado e, desde então, o Bispo de Lisboa recebe também o título de Patriarca e é sempre feito Cardeal pelo Papa, adotando o título de Cardeal-Patriarca.
O atual Cardeal-Patriarca de Lisboa é D. Manuel Clemente, nomeado a 18 de maio de 2013. Sucedeu a D. José Policarpo, tornando-se o 17.º Patriarca de Lisboa. Foi criado Cardeal pelo Papa Francisco, em fevereiro de 2015, em Roma. Os Bispos Auxiliares de Lisboa são D. Joaquim Mendes, D. Daniel Henriques e D. Américo Aguiar.
Com uma cobertura geográfica de mais de 3000 km², a Diocese de Lisboa abrange 18 vigararias e quase 300 paróquias. A norte é delimitada pela Vigararia Nazaré-Alcobaça. A este por Vila Franca de Xira-Azambuja e a sul pelas vigararias adjacentes à margem norte do rio Tejo, algumas das quais na cidade de Lisboa.
Os serviços da Cúria Diocesana funcionam no Mosteiro de São Vicente de Fora, que foi mandado erigir por D. Afonso Henriques. Este mosteiro foi um importante centro cultural ao longo dos séculos, tendo sido nele que se formou Santo António, um dos padroeiros da capital portuguesa.
São Vicente é o padroeiro principal do Patriarcado de Lisboa. Depois de ter sido martirizado em Valência, no século IV, as suas relíquias foram trazidas para Lisboa, estando atualmente guardadas na Sé. A memória de São Vicente é celebrada a 22 de janeiro. «São Vicente significou na Lisboa nascente, pelo modo como veio e pelo Evangelho que relembrou, o melhor da alma da cidade», afirmou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, na homilia da Solenidade de São Vicente, em 2017.
Santo António, cuja devoção é mais conhecida, é padroeiro da cidade. É aqui particularmente venerado, comemorando-se a 13 de junho, dia em que a Igreja celebra a sua memória e que é também feriado municipal. As festas em sua honra, muito populares, começam no dia 12 com a realização dos Casamentos de Santo António. António foi um dos grandes anunciadores do Evangelho no século XIII, testemunhando com palavras e ações a sua fé. «Que o seu exemplo de solidariedade com as dificuldades das famílias, dos pobres e dos desfavorecidos, assim como sua paixão pela verdade e pela justiça, possam ainda suscitar um compromisso generoso de doação de si mesmos, em sinal de fraternidade», escreveu o Papa Francisco na Carta enviada aos Franciscanos Conventuais, em junho de 2020, por ocasião da celebração dos 800 anos da vocação franciscana de Santo António.
Na memória portuguesa, Lisboa permanece como a cidade donde "nos séculos XV e XVI, inúmeros jovens, incluindo muitos missionários, partiram para terras desconhecidas a fim de partilhar a sua experiência de Jesus com outros povos e nações", destacou o Papa Francisco.
Também Bento XVI sublinhou o papel português na evangelização, dizendo que «glorioso é o lugar conquistado por Portugal entre as nações pelo serviço prestado à dilatação da fé: nas cinco partes do mundo, há Igrejas locais que tiveram origem na missionação portuguesa».
Contam-se ainda inúmeros exemplos de santidade missionária que Portugal ofereceu ao mundo, como Santo António de Lisboa, São João de Brito e muitos outros.
A Igreja em Portugal é constituída por 21 dioceses:
Situado na Diocese de Leiria-Fátima, na região centro de Portugal, o Santuário de Fátima recebe todos os anos milhões de peregrinos de todo o mundo.
Exprime um pedido feito por Nossa Senhora que, no ano de 1917 apareceu na Cova da Iria, a três crianças humildes que se dedicavam ao pastoreio: Lúcia de Jesus, Francisco Marto e Jacinta Marto. "Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário", disse a Virgem.
A capelinha foi construída em 1919, no local das aparições de Nossa Senhora e, desde então, o Santuário continuou a crescer, como resposta ao crescente número de peregrinos que ali se dirige durante todo o ano.
A história das aparições de Fátima começa em 1916, quando o anjo aparece aos três Pastorinhos pedindo-lhes orações e sacrifícios pelos pecadores. Na terceira e última aparição, o anjo surge trazendo o cálice e a hóstia sagrados, fazendo os pastorinhos comungar. Estas aparições são consideradas uma preparação para os encontros com Nossa Senhora.
Em 1917, a Virgem Maria aparece seis vezes às três crianças. A primeira acontece a 13 de maio, a segunda a 13 de junho e a terceira a 13 de julho, o dia em que é revelado o segredo de Fátima aos três pastorinhos, já com milhares de pessoas presentes na Cova da Iria. A quarta aparição ocorre a 19 de agosto nos Valinhos, a quinta a 13 de setembro e a sexta a 13 de outubro. Os relatos compõem o livro «Memórias da Irmã Lúcia I».
A ligação de Fátima aos Papas começa em 1929, quando o Papa Pio XI benzeu uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, destinada ao Colégio Português de Roma. Em 1942, nos 25 anos das aparições, o Papa Pio XII manda uma importante radiomensagem aos portugueses e, em 1946, envia o Cardeal Aloisi Masella ao Santuário para ser ele, em seu nome, a coroar a imagem de Nossa Senhora de Fátima.
A primeira visita papal a Fátima acontece com o Papa Paulo VI, em 1967. Também os Papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco se deslocaram ao Santuário de Fátima e com ele estabelecem uma forte ligação espiritual.
O reconhecimento do Santuário de Fátima a nível mundial enfatiza-se com o Papa João Paulo II, que visitou o local em 1982 como forma de agradecimento a Nossa Senhora de Fátima, um ano depois de ter sofrido um atentado. A sua inabalável devoção fê-lo regressar uma década depois, em 1991. Em 2000, o Papa polaco esteve de novo em Fátima para a beatificação dos Pastorinhos Francisco e Jacinta.
Em 2017, o Papa Francisco presidiu à canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, agora reconhecidos como São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto. O exemplo de santidade das pequenas crianças demonstra um verdadeiro ato de fé e entrega.