Santo do Dia 29 de Agosto

Martírio de São João Batista


29 de Agosto


Martírio de João Batista (alternativamente Decapitação de São João Batista ou Decapitação do Anunciador) é um dia santo observado por várias denominações cristãs. Este dia comemora o martírio de João Batista.


Em 29 de agosto de 2012, durante uma audiência pública televisionada no palácio de verão de Castel Gandolfo, papa Bento XVI defendeu que a descoberta da cabeça fragmentada de São João Batista pela segunda vez atesta a veneração milenar da santidade da relíquia, que data da era apostólica. Além disso, o pontífice também lembrou da festa que comemora o translado desta relíquia para o novo santuário na Basílica de San Silvestro in Capite, em Roma.

O relato bíblico representa a decapitação de João Batista por Herodes Antipas (em Mateus 14:1–12. Marcos 6:14–29 e Lucas 9:7–9). De acordo com os evangelhos sinóticos, Herodes mandou prender João por ele o ter admoestado por se divorciar de sua esposa (Fasélia - Phasaelis) e, ilegitimamente, tomar como amante Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe I. No aniversário de Herodes, a filha de Herodias (tradicionalmente chamada de Salomé) dançou perante o rei e seus convidados. Sua dança agradou tanto Herodes que, bêbado, ele prometeu a ela qualquer coisa que desejasse, limitando a promessa em metade de seu reino. Quando a filha perguntou à mãe o que deveria pedir, Herodias pediu que ela pedisse a cabeça de João Batista numa bandeja. Mesmo chocado com o pedido, Herodes relutantemente concordou e mandou executar João na prisão.


O historiador judeu Flávio Josefo também relata, em suas "Antiguidades Judaicas", que Herodes mandou matar João, afirmando que ele o fez "pois a grande influência que João tinha sobre o povo poderia colocar em suas [de João] mãos o poder e a vontade de levantar uma rebelião, (pois o povo parecia pronto para fazer o que quer ele pedisse), [assim Herodes] pensou que o melhor seria eliminá-lo". Ele afirma ainda que muitos dos judeus acreditavam que o desastre militar que sobreveio a Herodes pelas mãos de Aretas, seu sogro (pai de Fasélia), fora uma punição por seu comportamento no caso de João.


A comemoração litúrgica da Decapitação de São João Batista é quase tão antiga quanto as comemorações de seu nascimento, que é uma das festas mais antigas, se não a mais antiga, a serem introduzidas nas liturgias do oriente e do ocidente para homenagear um santo.

A Igreja Católica Romana celebra a festa em 29 de agosto, assim como a Igreja Luterana e a Igreja Anglicana, incluindo aí diversas províncias nacionais da Comunhão Anglicana.


A Igreja Ortodoxa e as Igrejas Católicas Orientais também celebram em 29 de agosto, só que no calendário juliano, utilizado entre outras pelas Igrejas Ortodoxas Russa, Macedônica e Sérvia, e que corresponde ao dia 11 de setembro no calendário gregoriano. O dia é sempre observado como um dia de jejum rigoroso. Em algumas culturas ortodoxas mais piedosas, o povo se recusa a comer num prato, usar facas ou comer alimentos de formato redondo neste dia.


A Igreja Apostólica Armênia celebra a Decapitação de São João Batista no sábado da Semana de Páscoa.


A Igreja Ortodoxa Síria, a Igreja Ortodoxa Malancara e a Igreja Católica Siro-Malancar comemoram o martírio de João em 7 de janeiro.


Há duas outras festas relacionadas observadas pelos cristãos orientais:


Primeira e Segunda descoberta da Cabeça de São João Batista (em 24 de fevereiro). De acordo com a tradição, após a execução de João Batista, seus discípulos enterraram seu corpo em Sebaste, mas Herodias enterrou a sua cabeça num monte de esterco. Posteriormente, Santa Joana, que era casada com um servo de Herodes (vide Lucas 8:3), recuperou secretamente a cabeça e a enterrou no Monte das Oliveiras, onde ela permaneceu escondida por séculos:


A "Primeira descoberta" ocorreu no século IV. A posse do local no Monte das Oliveiras onde a cabeça foi enterrada eventualmente passou para as mãos de um oficial do governo que se tornara um monge de nome Inocente. Ele construiu uma igreja e uma cela monástica ali. Quando ele começou a cavar para fazer a fundação, o recipiente com a cabeça de João foi encontrada. Mas, temeroso de que a relíquia pudesse ser dessecrada por infiéis, ele a escondeu novamente no mesmo lugar onde a encontrara. Após a sua morte, a igreja se arruinou e acabou sendo destruída.


A "Segunda descoberta" ocorreu no ano de 452. Durante os dias de Constantino, dois monges em peregrinação a Jerusalém teriam tido visões de João Batista, que lhes revelou a localização de sua cabeça. Eles descobriram a relíquia, a colocaram num saco e voltaram para casa. No caminho, encontraram um ceramista de nome desconhecido e lhe deram o saco para carregar, sem contar-lhe o que ele continha. João então apareceu para ele e ordenou que ele fugisse dos preguiçosos e descuidados monges, levando consigo o que tinha em mãos. Ele o fez e levou a cabeça para casa consigo. Antes de morrer, ele a colocou num vasilhame e o entregou para sua irmã. Após algum tempo, um hieromonge de nome Eustácio, um ariano, tomou posse da cabeça e a utilizou para atrair fiéis para sua crença. Ele então enterrou a cabeça perto de Emesa, onde, eventualmente, um mosteiro foi construído. No ano de 452, São João apareceu para o arquimandrita deste mosteiro, Marcelo, e lhe indicou onde a cabeça estava escondida, enterrada num jarro de água. A relíquia foi então levada à cidade de Emesa e foi posteriormente transferida para Constantinopla.


A Terceira descoberta da Cabeça de São João Batista é comemorada no dia 25 de maio. A cabeça foi transferida para Comana, na Capadócia, durante um período de ataques muçulmanos (por volta de 820) e foi enterrada novamente durante o iconoclasmo. Quando as veneração dos ícones foi restaurada, por volta de 850, o patriarca Inácio de Constantinopla (r. 847–857) viu, numa visão, o local onde ela fora enterrada. O patriarca comunicou o fato ao imperador bizantino Miguel III, o Ébrio (r. 842–867), que enviou uma delegação para Comana, onde a cabeça foi encontrada.



São João Batista, rogai por nós!





Oração:

“São João Batista, voz que clama no deserto: ‘Endireitai os caminhos do Senhor… fazei penitência, porque no meio de vós está quem vós não conheceis e do qual eu não sou digno de desatar os cordões das sandálias”, ajudai-me a fazer penitência das minhas faltas para que eu me torne digno do perdão daquele que vós anunciastes com estas palavras: “Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo.


São João, pregador da penitência, rogai por nós.

São João, precursor do Messias, rogai por nós.

São João, alegria do povo, rogai por nós.

Amém.”


Oração do dia

Ó Deus, quisestes que são João Batista fosse o precursor do nascimento e da morte do vosso filho; como ele tombou na luta pela justiça e pela verdade, fazei-nos também lutar corajosamente para testemunhar a vossa palavra. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.