Santo do Dia 22 de Junho

Dia 22 de Junho

Santos João Fischer e Tomás More

São João Fischer


Dia 22 de Junho


John Fisher foi cardeal e bispo de Rochester, na Inglaterra, durante o reinado de Henrique VIII. É venerado como mártir e santo pela Igreja Católica e pela Igreja Anglicana.

Nascimento: Beverley, Reino Unido

Falecimento: 22 de junho de 1535, Tower Hill, Londres, Reino Unido

Filho de Robert Fisher, rico comerciante, e de sua esposa Agnes, formou-se e conseguiu o doutorado em Teologia na Universidade de Cambridge.

Permaneceu em Cambridge, no princípio como diretor de sua faculdade, Miachaelhouse, (mais tarde parte do Trinity College) de 1497 a 1501; depois como vice-reitor da Universidade, de 1501 a 1504 e, a final com uma nomeação vitalícia como reitor, a partir de 1504.

Exerceu uma grande atividade fomentando o humanismo e conseguindo que o humanista holandês Erasmo de Roterdão ensinasse em Cambridge. Não obstante, como eclesiástico, ainda tinha todo o seu trabalho, estudava muito e escrevia livros.

Seus discursos fúnebres, da morte do rei Henrique VII e da própria rainha Margareth, tornaram-se obras famosas. Quando Martinho Lutero começou a difundir sua Reforma, o bispo Fisher combateu os erros da nova doutrina, escrevendo quatro livros, que o tornaram famoso em todo o mundo cristão.

Em 17 de dezembro de 1491 foi ordenado sacerdote em York e nomeado vigário de Northallerton. Em 1497 a Condessa Margarida Beaufort de Richmond e Conde Derby, mãe do futuro Henrique VII de Tudor, o elegeu como capelão e confessor pessoal.

Bispo de Richmond de 1504 (com direito de participar da Câmara dos Lordes), foi tutor do Príncipe Henrique e foi nomeado representante da Coroa Inglesa no Concílio Lateranense V (1512).

Em 1527 opôs-se ao plano do rei Henrique VIII de Inglaterra, de divorciar-se de Catarina de Aragão, de quem era confessor. Lembrou ao Rei que este não poderia desconsiderar a dispensa dada pelo Papa Júlio II para a realização do casamento.

Em 1534 recusou-se a jurar obediência ao "Ato de Supremacia" de Henrique VIII de Inglaterra, por isto foi encarcerado na Torre de Londres juntamente com Thomas Morus que igualmente assim tinha procedido. Na prisão, ainda, foi criado Cardeal do Título dos Santos Vital, Valeria, Gervásio e Protásio pelo Papa Paulo III em 17 de maio de 1535.

Foi submetido a julgamento, e acusado de ato de traição ao negar-se a aceitar Henrique VIII como cabeça da Igreja.

Condenado à morte, um mês depois de ter sido preso, em 17 de junho de 1535, e foi decapitado cinco dias depois, no dia 22 de junho.

Está sepultando na Capela Real de São Pedro ad Vincula.

Foi beatificado em 29 de dezembro de 1886 pelo Papa Leão XIII e canonizado pelo Papa Pio XI em 19 de maio de 1935. Sua festa, juntamente com a de São Thomas Morus, comemora-se no dia 22 de junho na Igreja Católica e em 6 de julho na Igreja Anglicana.


São João Fischer, rogai por nós!


Oração


"Ó Deus, Pai de Misericórdia, fazei que eu confirme, com meu testemunho, minha fé em Vós. Que eu dê um testemunho alegre, bem-humorado, simples e firme. Que eu mostre, com meus atos, aquilo que eu professo com minhas palavras. Amém!" ~ São Thomas More


Reflexão/Oração escrita pelo santo quando prisioneiro na Torre de Londres*:


Dá-me a tua graça, Senhor.

Que eu não dê valor nenhum às coisas do mundo

E fixe apenas em Ti meu pensamento,

Sem dar ouvidos às vozes mutáveis dos homens.


Que eu me satisfaça com minha solidão

E não deseje companhias terrenas.

Que pouco a pouco me desapegue completamente do mundo

E desate dos cuidados do mundo todo e qualquer pensamento.

Que nem as fantasias do mundo possam dar-me prazer.

Que pense em Deus com alegria,

E com dor peça a sua ajuda.

Que em Deus eu procure meu conforto e meu apoio,

E que todos os meus esforços sejam dirigidos ao seu Amor.

Que eu reconheça minha pouca valia e mesquinhez,

E docilmente me humilhe sob a poderosa mão de Deus.

Que me arrependa dos pecados cometidos

E acolha docilmente a adversidade para expiá-los.

Que aceite sofrer aqui meu Purgatório,

Encontrando contentamento nas aflições.

Que eu caminhe pela via estreita que conduz à vida

E carregue a cruz com Cristo.

Que eu não esqueça as coisas supremas

E tenha sempre diante dos olhos a minha morte,

Que sempre está ali ao lado.

Que pense na morte com familiaridade.

Que tenha diante dos olhos e da mente o eterno fogo do Inferno.

Que peça perdão antes da vinda do divino Juiz.

Que pense incessantemente na Paixão que Cristo sofreu por mim.

Que incessantemente lhe agradeça seus benefícios.

Que recupere o tempo perdido

E me abstenha de palavras vãs

E fuja das risadas fúteis e das alegrias tolas.

Que do lazer não necessário eu me afaste para sempre,

Assim como das riquezas terrenas, dos amigos, da liberdade, da vida, de tudo.

Que eu pense que meus maiores inimigos são meus melhores amigos.

Os irmãos de José não poderiam ter-lhe feito, com o amor e a bondade,

Tão grande bem como aquele que lhe fizeram com a hostilidade e a inveja.


Estas reflexões deveriam ser mais estimadas e apreciadas do que todos os tesouros de todos os príncipes cristãos e pagãos que fossem reunidos e sintetizados num feixe só.


Rezar: Pai Nosso ~ Ave Maria ~ Credo


Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo Deus onipotente em três Pessoas iguais e coeternas ─ tem misericórdia de mim, que do fundo de minha miséria e insignificância pecadora reconheço humildemente, perante tua Majestade, ter levado minha vida no pecado, desde a infância até hoje.


(Na infância, neste e naquele ponto. Depois da infância, neste e naquele ponto. E assim por diante, em todas as idades posteriores).


Agora, Senhor bom e misericordioso, que me deste a graça de conhecer meus pecados, concede-me também a graça de arrepender-me, não só de palavra, mas de coração, através da dor de uma amarga contrição, e afastar-me deles para sempre.


E perdoa-me também as culpas que minha mente, ofuscada pelos interesses terrenos, por más inclinações e maus hábitos, por minha insuficiência, é incapaz de reconhecer como pecados. Ilumina meu coração, Senhor misericordioso, e dá-me a graça da cognição e da sabedoria. Perdoa-me aqueles pecados que esqueci por negligência, e traze-os à minha mente a fim de que possa claramente reconhecê-los.


Deus glorioso fazei que por tua graça, de ora em diante não mais dê valor às coisas terrenas e ponha e fixe em Ti meu coração, de modo a poder dizer com o Apóstolo São Paulo: O mundo foi crucificado para mim e eu para o mundo. Para mim, viver é Cristo, e morrer é lucro. Desejo ser dissolvido e estar com Cristo.


*"Orações da Torre", apud "Humanidades" – Universidade de Brasília, janeiro/março 1983, vol. 1, nº 2, pp. 63 ss


Fonte/Referência: Internet: (acessado em 22 de junho de 2011)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_More#O_div.C3.B3rcio_de_Henrique_VIII

http://www.paroquias.org/noticias.php?n=155

São Tomás More


Dia 22 de Junho


Thomas More, Thomas Morus ou Tomás Moro foi filósofo, homem de estado, diplomata, escritor, advogado e homem de leis, ocupou vários cargos públicos, e em especial, de 1529 a 1532, o cargo de "Lord Chancellor" de Henrique VIII da Inglaterra. É geralmente considerado como um dos grandes humanistas do Renascimento.

Nascimento: 7 de fevereiro de 1478, Milk Street, Londres, Reino Unido

Falecimento: 6 de julho de 1535, Tower Hill, Londres, Reino Unido

Thomas More chegou a se autodescrever como "de família honrada, sem ser célebre, e um tanto entendido em letras". Era filho do juiz sir John More, investido cavaleiro por Eduardo IV, e de Agnes Graunger. Casou-se com Jane Colt em 1505, em primeiras núpcias, tendo tido como filhos: Margaret, Elizabeth, Cecily e John. Jane morreu em 1511 e Thomas More casou-se em segundas núpcias com lady Alice Middleton. More era homem de muito bom humor, caseiro e dedicado à família, muito próximo e amigo dos filhos. Dele se disse que era amigo de seus amigos, entre os quais se encontravam os mais destacados humanistas de seu tempo, como Erasmo de Rotterdam e Luis Vives.


Deu aos filhos uma educação excepcional e avançada para a época, não discriminando a educação dos filhos e das filhas. A todos indistintamente fez estudar latim, grego, lógica, astronomia, medicina, matemática e teologia. Sobre esta família escreveu Erasmo: "Verdadeiramente, é uma felicidade conviver com eles."


Sobre sua vida privada disse João Paulo II: "A sua sensibilidade religiosa levou-o a procurar a virtude através duma assídua prática ascética: cultivou relações de amizade com os franciscanos conventuais de Greenwich e demorou-se algum tempo na cartuxa de Londres, que são dois dos focos principais de fervor religioso do Reino. Sentindo a vocação para o matrimônio, a vida familiar e o empenho laical, casou-se em 1505 com Joana Colt, da qual teve quatro filhos. Tendo esta falecido em 1511, Tomás desposou em segundas núpcias Alice Middleton, já viúva com uma filha. Ao longo de toda a sua vida, foi um marido e pai afetuoso e fiel, cooperando intimamente na educação religiosa, moral e intelectual dos filhos. A sua casa acolhia genros, noras e netos, e permanecia aberta a muitos jovens amigos que andavam à procura da verdade ou da própria vocação. Além disso, na vida de família dava-se largo espaço à oração comum e à lectio divina, e também a sadias formas de recreação doméstica. Diariamente, Thomas participava na Missa na igreja paroquial, mas as austeras penitências que abraçava eram conhecidas apenas dos seus familiares mais íntimos."


Fez carreira como advogado respeitado, honrado e competente e exerceu por algum tempo a cátedra universitária. Em 1504, fazia parte da Câmara dos Comuns da qual foi eleito Speaker (ou presidente), tendo ganho fama de parlamentar combativo. Em 1510, foi nomeado Under-Sheriff de Londres, no ano seguinte juiz membro da Commission of Peace. Entrou para a corte de Henrique em 1520; foi várias vezes embaixador do rei e tornou-se cavaleiro (Knight) em 1521. Foi nomeado vice-tesoureiro e depois Chanceler do Ducado de Lancaster e, a seguir, Chanceler da Inglaterra.


Thomas Wolsey, Arcebispo de York, não foi bem sucedido na sua tentativa de conseguir nem o divórcio, nem a anulação do casamento do rei com Catarina de Aragão como pretendia Henrique VIII de Inglaterra e foi forçado a demitir-se em 1529. More foi nomeado chanceler em sua substituição, sendo evidente que Henrique ainda não se tinha apercebido da retidão de caráter de More nesta matéria.


Sendo profundo conhecedor de teologia e do direito canónico e homem piedoso - More via na anulação do sacramento do casamento uma matéria da jurisdição do papado, e a posição do Papa Clemente VII era claramente contra o divórcio em razão da doutrina sobre a indissolubilidade do matrimônio. Contrário às Reformas Protestantes então já efetuadas e percebendo que na Inglaterra poderia acontecer o mesmo (devido às questões pessoais do soberano que conduziram à crise político-diplomática com Roma), More - apoiante das decisões da Santa Sé e arraigadamente católico - deixa seu cargo de Lord Chancellor do rei em 16 de maio de 1532, provocando desconfiança na Corte e em Henrique VIII particularmente.


A reação de Henrique VIII foi atribuir-se a si mesmo a liderança da Igreja em Inglaterra sendo o sacerdócio obrigado a um juramento ao abrigo do Ato de Supremacia que consagrava o soberano como chefe supremo da Igreja.


More escapara, entretanto, a uma tentativa de o implicar uma conspiração. Em 1534, o parlamento promulgou o "Decreto da Sucessão" (Succession Act), que incluía um juramento (1) reconhecendo a legitimidade de qualquer criança nascida do casamento de Henrique VIII com Ana Bolena, sua segunda esposa, e repudiando "qualquer autoridade estrangeira, príncipe ou potentado". Tal como no juramento de supremacia, este apenas foi exigido àqueles especificamente chamados a fazê-lo, por outras palavras, a todos os funcionários públicos e àqueles suspeitos de não apoiarem Henrique.


More foi convocado, excepcionalmente, para fazer o juramento em 17 de abril de 1534, e, perante sua recusa, foi preso na Torre de Londres, juntamente com o Cardeal e Bispo de Rochester John Fisher, tendo ali escrito o "Dialogue of Comfort against Tribulation". A sua decisão foi manter o silêncio sobre o assunto. Pressionado pelo rei e por amigos da corte, More decidiu não enumerar as razões pelas quais não prestaria o juramento.


Inconformado com o silêncio de More, o rei determinou o seu julgamento, sendo condenado à morte, e posteriormente executado em Tower Hill a 6 de julho. Nem no cárcere nem na hora da execução perdeu a serenidade e o bom humor e, diante das próprias dificuldades reagia com ironia. Mesmo nos últimos quatro dias de vida não abandonou os rigores da penitência, com desejos de purificação. Na segunda-feira, 5 de julho, enviou à sua filha Meg a camisa-cilício e uma pequena carta escrita com a ponta de um graveto. São as últimas palavras que escreveu.


Pela sentença o réu era condenado "a ser suspenso pelo pescoço" e cair em terra ainda vivo. Depois seria esquartejado e decapitado. Em atenção à importância do condenado o rei, "por clemência", reduziu a pena a "simples decapitação". Ao tomar conhecimento disto, Tomás comentou: "Não permita Deus que o rei tenha semelhantes clemências com os meus amigos." No momento da execução suplicou aos presentes que orassem pelo monarca e disse que "morria como bom servidor do rei, mas de Deus primeiro.".


A sua cabeça foi exposta na ponte de Londres durante um mês, foi posteriormente recolhida por sua filha, Margaret Roper. A execução de Thomas More na Torre de Londres, no dia 6 de julho de 1535 "antes das nove horas", ordenada por Henrique VIII, foi considerada uma das mais graves e injustas sentenças aplicadas pelo Estado contra um homem de honra, consequência de uma atitude despótica e de vingança pessoal do rei. Ele está sepultado na Capela Real de São Pedro ad Vincula.


Sua trágica morte — condenado a pena capital por se negar a reconhecer Henrique VIII de Inglaterra como cabeça da Igreja da Inglaterra, é considerada pela Igreja Católica como modelo de fidelidade à Igreja.


Devido à sua retidão e exemplo de vida cristã, foi reconhecido como mártir, declarado beato em 29 de dezembro de 1886 por decreto do Papa Leão XIII e canonizado, conjuntamente com São João Fisher em 19 de maio de 1935 pelo Papa Pio XI. O seu dia festivo é 22 de junho.


Deixou vários escritos de profunda espiritualidade e de defesa do magistério da Igreja. Em 1557, seu genro, William Roper, escreveu sua primeira biografia. Desde a sua beatificação e posterior canonização publicaram-se muitas outras.


São Tomás More, rogai por nós!

Oração composta por São Tomás More

“Se eu me distraio, a Eucaristia me ajuda a recolher-me. Se me oferecem oportunidades para ofender a Deus, me apego cada dia mais a Eucaristia e fujo do erro. Se necessito de uma luz especial e prudência para desempenhar minhas pesadas obrigações, me achego ao Senhor e busco seu conselho e iluminação”.