Santo do Dia‎ 20 de Setembro

Santo André Kim e Companheiros mártires

Nossa Senhora de La Salette 

Santo André Kim e
Companheiros mártires

   

20 de setembro


André Kim Taegon foi um sacerdote católico coreano, declarado santo pela Igreja Católica. André foi canonizado em 1984 pelo Papa João Paulo II, juntamente com seus companheiros mártires.

Nascimento: 21 de agosto de 1821, Dangjin, Coreia do Sul

Falecimento: 16 de setembro de 1846, Seul, Coreia do Sul

A fundação da igreja na Coreia veio por meio de leigos. Surgiu no início de 1600, a partir dos contatos anuais das delegações coreanas que visitavam Pequim, na China, nação que sempre foi uma referência no Extremo Oriente para troca de cultura. A comunidade cresceu rapidamente, possuindo milhares de fiéis. No entanto, os cristãos começaram a sofrer perseguições por parte dos governantes. O governo coreano não via com bons olhos o novo culto, que levou ao país ritos estrangeiros. Em 1802, foi promulgado um édito estatal que proibia a fé cristã e ordenava exterminar os cristãos.

André Kim Taegon nasceu em uma família nobre coreana. A sua família se converteu e participou fervorosamente das comunidades cristãs da Coreia, tendo André experimentado a fé desde a sua infância. Seu pai, Inácio Kim, formou uma igreja particular em sua casa com o objetivo de celebrar a Palavra e receber os sacramentos. Quando denunciado, Inácio foi morto por não renegar a sua fé. André tinha 15 anos e sobreviveu, bem como seus familiares.

Depois disso, ele foi enviado com a ajuda de missionários franceses para Macau, onde buscou formação como missionário e padre. Durante os seus estudos de teologia em Macau, frequentou como fiel a Igreja de Santo Antônio.

Macau já era uma colônia portuguesa na China e um centro asiático de partida e formação de missionários e padres. André se preparou para se tornar sacerdote e em 1844 retorna como diácono. Graças ao seu conhecimento dos costumes e formação espiritual, ele teve grande êxito na evangelização de seus pares. Quando tentou enviar documentações e testemunhos para a Europa, André foi descoberto pelas autoridades. Por ser um nobre, ele foi interrogado pelo rei com o intuito de que renegasse a fé cristã. Diante de sua firmeza, ele passou por torturas. 

Ele era o primeiro sacerdote de etnia coreana e dedicou a sua vida inteira para cristianizar a sua pátria. Foi decapitado em 1846, aos 25 anos de idade, tornando-se o primeiro mártir coreano, junto a mais 102 companheiros católicos, que foram igualmente martirizados na Coreia.

O papa João Paulo II, durante sua viagem para a Coreia, canonizou André Kim Taegon no dia 6  de maio de 1984. Além de André Kim, João Paulo II canonizou 99 coreanos e três missionários franceses que foram martirizados entre 1839 a 1867. Entre eles haviam padres e bispos, mas a maioria era de pessoas leigas: 47 mulheres e 45 homens.

Todos os anos, um número considerável de turistas coreanos católicos visitam a igreja de Santo Antônio na Diocese de Macau para venerar este santo que tanto trabalhou para evangelizar a Coreia.

Santo André Kim e companheiros mártires, rogai por nós



Oração: 

Deus todo-poderoso, que destes ao mártir Santos André Kim Taegón e companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.


Oração:

Senhor, quantas vezes fui mal compreendido por querer ser fiel aos Vossos ensinamentos. Peço-Vos os dons que me são necessários para minha perseverança na fé. Rogo-Vos também, pelos méritos dos Santos mártires, que eu esteja sempre unido a Cristo Jesus para que, com sabedoria e desassombro, eu leve a Vossa verdade àqueles que me confiastes. Amém.


Oração do dia

Ó Deus, criador e salvador de todas as raças, pro vossa bondade, chamastes à fé a muitos irmãos na região da Coréia e os fizestes crescer pelo testemunho glorioso dos mártires André, Paulo e seus companheiros. Concedei que, pelo exemplo e intercessão deles, possamos perseverar até a morte na observância de vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Nossa Senhora de La Salette

   

20 de setembro


Nossa Senhora de La Salette é a invocação dada à Virgem Maria nas suas aparições na montanha de La Salette, departamento de Isère, na região dos Alpes franceses. Wikipédia

Festa litúrgica: 19 de setembro

Atribuições: Aparições de La Salette

Instituição da festa: 1851

Principal igreja: Santuário de La Salette situado na região dos Alpes, em França

Nossa Senhora de La Salette (em francês Notre-Dame de La Salette) é a invocação dada à Virgem Maria nas suas aparições na montanha de La Salette, departamento de Isère, na região dos Alpes franceses.


De acordo com os relatos existentes, Nossa Senhora terá aparecido a 19 de setembro de 1846 a duas crianças: Maximin Giraud, com 11 anos de idade, e Mélanie Calvat, com 15 anos.


A veneração a Nossa Senhora de La Salette floresceu no século XX e, assim como Nossa Senhora de Lourdes (1858), Nossa Senhora de Fátima (1917) e Nossa Senhora das Lágrimas (1930), continua a ser uma das mais famosas aparições da Virgem Maria na idade contemporânea. Possui fortes ligações com essas três aparições marianas através da linha do tempo do segredo de La Salette, e confirmada nas recomendações dadas em Lourdes, nos acontecimentos em Fátima e nas mensagens reveladas em Campinas.


A primeira aparição

Os dois pastorinhos – Maximin Giraud e Mélanie Calvat – tiveram uma visão da Virgem Maria numa montanha perto de La Salette, França, a 19 de Setembro de 1846, por volta das três horas da tarde. Fazia muito sol.


Maximin Giraud e Mélanie Calvat haviam recebido apenas uma educação muito limitada.


A aparição consistia em três fases diferentes. As crianças viram, numa luz resplandecente, uma bela dama em um estranho costume, falando alternadamente em francês e no dialeto local do occitano.

Ela estava sentada sobre uma pedra, e as crianças relataram que a "Belle Dame" estava triste e chorando, com seu rosto descansando em suas mãos. A bela senhora pôs-se de pé. E disse: "Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade!"


"Se meu povo não se quer submeter, sou forçada a deixar cair o braço de meu Filho. É tão forte e tão pesado que não o posso mais."


"Há quanto tempo sofro por vós."


"Dei-vos seis dias para trabalhar, reservei-me o sétimo, e não o querem conceder! É isso que torna tão pesado o braço de meu Filho."


"E também os carroceiros não sabem jurar sem usar o nome de meu Filho. São essas as duas coisas que tornam tão pesado o Seu braço."


"Se a colheita for perdida a culpa é vossa (...) Orai bem, fazei o bem."


"Se a colheita se estraga, e só por vossa causa, Eu vo-lo mostrei no ano passado com as batatinhas: e vós nem fizestes caso! Ao contrário, quando encontráveis batatinhas estragadas, blasfemáveis usando o nome de meu Filho. Elas continuarão assim e, neste ano, para o Natal, não haverá mais."


Então, as crianças descem até a Bela Senhora. Ela não parava de chorar. Segundo os relatos das crianças a Senhora era alta e toda de luz. Vestia-se como as mulheres da região: vestido longo, um grande avental, lenço cruzado e amarrado às costas, touca de camponesa. Rosas coroavam sua cabeça, ladeavam o lenço e ornavam seu calçado. Em sua fronte a luz brilhava como um diadema. Sobre os ombros carregava uma pesada corrente. Uma corrente mais leve prendia sobre o peito um crucifixo resplandecente, com um martelo de um lado, e de outro uma torquês. Assim a bela senhora falou em segredo a Maximin e depois a Mélanie.


E novamente, os dois em conjunto ouvem as seguintes palavras: "Se converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas serão semeadas nos roçados" 

E a Bela Senhora conclui, não mais em patois, e sim em francês: "Pois bem, meus filhos, transmitireis isso a todo o meu povo." Terminou assim a aparição. Segundo as crianças ela andava, mas as plantas de seus pés não esmagavam a relva, quase não dobravam os talos. Mélanie correu e a contemplou de novo lá no alto. E depois, segundo ela, viu o rosto e a figura da Senhora desaparecendo à medida que a luminosidade aumentava.


Os Apóstolos dos Últimos Tempos

Nas suas aparições em La Salette, Nossa Senhora, tal como São Luís Maria Grignion de Montfort, falou dos Apóstolos dos Últimos Tempos.

São Luís Maria Grignion de Montfort, na sua obra "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria", profetizou o surgimento futuro daqueles a que o próprio santo chamou de "Apóstolos dos Últimos Tempos" e que viriam a ser confirmados, mais tarde, durante as aparições de Nossa Senhora em La Salette.


Durante a aparição de 19 de Setembro de 1846, decorrida na montanha de La Salette, Nossa Senhora, após dar o segredo, ditou à vidente Mélanie Calvat, palavra por palavra, uma regra para que se fundasse uma ordem religiosa com o nome de "Ordem da Mãe de Deus" e que se destinaria aos "Apóstolos dos Últimos Tempos".


No dia 3 de Outubro de 1876, num interrogatório, Mélanie Calvat revelou ao Padre F. Bliard: "Esta ordem abrangerá: 

1.º - Padres, que serão os Missionários da Santíssima Virgem e os Apóstolos dos Últimos Tempos;

2.º - Irmãs religiosas que dependerão dos Missionários; 

3.º - Fiéis de vida secular que se queiram associar à obra. 


A finalidade desta nova ordem religiosa é a de trabalhar-se mais eficazmente na santificação do clero, na conversão dos pecadores e a de propagar o reino de Deus na terra inteira. As religiosas, tal como os missionários, são chamadas a trabalhar com zelo na salvação das almas pela oração e pelas obras de misericórdia corporais e espirituais. Quanto ao espírito da ordem, este deve ser o espírito dos primeiros apóstolos. A Santíssima Virgem caracterizou suficientemente este espírito, seja na regra que Ela me deu, seja no apelo aos Apóstolos dos Últimos Tempos em que finda o segredo".


Eu dirijo um urgente apelo à Terra; chamo os verdadeiros discípulos do Deus Vivo que reina nos Céus; chamo os verdadeiros imitadores de Cristo feito Homem, o único e verdadeiro salvador dos homens; chamo os meus filhos, os meus verdadeiros devotos, aqueles que já se me consagraram a fim de que vos conduza ao meu Divino Filho; os que, por assim dizer, levo nos meus braços, os que têm vivido do meu Espírito; finalmente, chamo os Apóstolos dos Últimos Tempos, os fiéis discípulos de Jesus Cristo que têm vivido no desprezo do mundo e de si próprios, na pobreza e na humildade, no desprezo e no silêncio, na oração e na mortificação, na castidade e na união com Deus, no sofrimento e no desconhecimento do mundo. Já é hora de que saiam e venham iluminar a Terra. Ide e mostrai-vos como filhos queridos meus. Eu estou convosco e em vós sempre que a vossa fé seja a luz que alumie, e nesses dias de infortúnio, que o vosso zelo vos faça famintos da glória de Deus e da honra de Jesus Cristo.

No mesmo dia 19 de Setembro de 1846, Mélanie teve uma visão: "Vejo os Apóstolos dos Últimos Tempos com os seus hábitos. Ele parece-se mais ou menos ao dos sacerdotes dos seus tempos. Numa extremidade da cinta encontram se estas três letras em encarnado: M.P.J. (Mourir pour Jesus - Morrer por Jesus), na outra extremidade as seguintes três letras em azul: E.D.M. (Enfant de Marie - Filho de Maria)".


A Regra da Ordem da Mãe de Deus

Nossa Senhora de La Salette disse a Mélanie, no dia 19 de Setembro de 1846: "Mélanie, o que direi agora não será segredo; será a regra que fareis seguir às minhas filhas que estarão aqui quando a regra for aprovada pelos superiores. Os meus missionários seguirão a mesma regra:


1. Os membros da ordem da Mãe de Deus amarão Deus sobre todas as coisas e o seu próximo como si próprios unicamente pelo amor de Deus.

2. O espírito desta ordem não será outro que o próprio espírito de Jesus Cristo e o espírito de Jesus Cristo nas almas.

3. Os membros desta ordem se aplicarão a estudar e imitar Jesus Cristo, e quanto mais Jesus será conhecido, mais eles se humilharão à vista do seu nada, da sua fraqueza, da sua incapacidade de fazer um bem real nas almas sem ajuda da divina graça.

4. E terão uma obediência perfeita em tudo e em qualquer parte.

5. Cada um deles conservará perfeitamente casto o seu corpo e espírito para que Jesus Cristo faça a Sua morada neles.

6. Os membros desta ordem terão um só coração e uma só alma em Jesus Cristo.

7. Nenhum deles terá qualquer propriedade, nem ambicionará qualquer coisa passageira, mas tudo será propriedade comum. Quero que todos os meus filhos se desnudem totalmente de bens passageiros, sejam despojados de tudo.

8. Terão uma grande caridade sem limites; sofrerão tudo de todos ao exemplo do seu divino mestre e não farão sofrer ninguém.

9. Os membros da ordem obedecerão ao seus superiores e lhes renderão a honra e o respeito devidos com uma grande simplicidade do coração.

10. A superiora vigiará com docilidade sobre a observação da regra. De tempo em tempo, ela consultará o padre missionário que cuidará das vossas almas. Ela será a mais humilde e será mais severa contra si mesma do que contra as outras. Ela corrigirá as faltas das suas filhas com grande docilidade e prudência. Ela elevará sempre a sua alma a Deus antes de corrigir.

11. Haverá no santuário exposto o Santíssimo Sacramento de dia e noite, durante os meses de Setembro, Fevereiro e Maio, onde a felicidade dos membros da ordem consistirá de passar felizes horas quanto a caridade e a salvação das almas o permitir.

12. Levarão uma vida interior, portanto laboriosa, unindo a vida contemplativa à vida ativa; sacrificarão-se e farão-se vítimas de Jesus e de Jesus crucificado.

13. Receberão cotidianamente o pão de vida com muita piedade. Podereis no entanto recusar a comunhão a qualquer membro quando vereis, que ele não segue os passos de Jesus crucificado.

14. Fora dos jejuns prescritos pela Igreja, eles jejuarão também durante os meses de Setembro, Fevereiro e Maio. Servirão-se de uns instrumentos de penitência. Aqueles que por fraqueza não puderem fazer obras de expiação, oferecerão com docilidade e humildade esta enfermidade a Jesus Cristo.

15. Jejuarão e farão qualquer penitência todas as sextas-feiras. Todas estas obras serão oferecidas pelas almas do purgatório, em favor da conversão e pelo progresso próprio no amor de Deus.

16. Os membros da ordem serão muito dóceis e humildes perante pessoas seculares e receberão-los com grande bondade. Os que serão os mais humildes terão o primeiro lugar no coração de Jesus e no meu.

17. Os membros não terão que um só coração e uma só alma, ninguém agarrar-se-á à própria vontade.

18. Serão de uma pureza angélica e observarão uma grande modéstia perante todos e em toda a parte.

19. Todos guardarão um silêncio profundo, evitando com cuidado conversas inúteis com estranhos.

20. As pessoas que quiserem ser recebidas nesta ordem, terão a intenção sincera de se dar a Deus inteiramente e de se sacrificar pelo Seu amor. Aplicarão-se bem à obediência, que as conduzirá ao Céu.

21. Não serão admitidos entre os postulantes antes de terem feitos exercícios espirituais de doze dias, durante os quais terão feitos uma confissão geral ao padre missionário, confessor da comunidade. Se estiverem dispostos a trabalhar com todas as suas forças na sua própria santificação e a adquirir as virtudes próprias a uma vítima disposta a se imolar cada dia pelo Deus do céu e da terra, serão recebidos no noviciado e após três meses receberão o hábito da ordem. E não devem esquecer que foram recebidos na casa da Mãe de Deus exclusivamente para trabalhar na sua santificação pela oração, pela penitência e por todas as obras que dizem respeito à glória de Deus e à salvação das almas.

22. Meus missionários serão os apóstolos dos últimos tempos; pregarão o Evangelho de Jesus Criso em toda a sua pureza por toda a terra.

23. Terão um zelo infatigável, pregarão a emenda dos corações, a penitência e a observação da lei de Deus; pregarão sobre a necessidade da oração, sobre o menosprezo da coisas da terra, sobre a morte, o julgamento, o paraíso e o inferno, sobre a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Fortificarão as pessoas na fé para que, quando o demônio vier, muitos não sejam enganados.

24. Formar-se-á bem as novas pessoas nas virtudes cristãs e na prática da humildade, da caridade, da renúncia e da docilidade.

25. O noviciado será de seis anos. Aqueles que terão dado a prova de sólidas virtudes e que queiram se juntar aos combatentes de Jesus Cristo nesta ordem, pedirão de joelhos à superiora esta graça; e após o que tereis feito conhecido as suas obrigações dentro da regra que Eu vos dou; se eles prometerem observá-la fielmente, receber-los-ei.

26. A oração se fará de comum no santuário, à hora que convier, que sera estabelecida.

27. Comer-se-á no refeitório o que seja necessário para sustentar a vida e para trabalhar para a glória de Deus; ao mesmo tempo que o corpo receber o que lhe convier durante a refeição a alma sera fortificada por uma leitura santa.

28. Ter-se-á o maior cuidado com os membros enfermos e doentes.

29. Se um membro ofender a um outro membro por palavras ou outros atos, deverá emendar a sua falta o mais breve possível.

30. Todos os membros desta ordem farão uma genuflexão cada vez que passarem diante do tabernáculo onde se encontra Jesus Cristo.

31. Cada vez que as pessoas se encontrarem, uma dirá "Que Jesus seja amado por todos os corações!" e a outra responderá: "Assim seja!"

32. As religiosas recitarão o ofício como as religiosas de Corenc perto de Grenoble; também o capítulo e as outras práticas se farão como lá.

33. Todos os membros trarão uma cruz como a minha".


O difícil reconhecimento eclesial

Em 7 de Julho de 1847, o bispo de Grenoble pediu aos cânones Pierre-Joseph Rousselot e André Berthier — ambos professores no Seminário Maior da cidade — que conduzissem uma investigação aprofundada da aparição, e escrevessem um relatório completo sobre a mesma. Este relatório foi concluído em 15 de outubro de 1847.


Em novembro de 1847, o bispo apresentou o relatório a uma comissão de inquérito constituída por dezesseis especialistas, sob a sua presidência.


Houve um total de oito conferências, que ocorreram em 8, 15, 16, 17, 22 e 29 de Novembro e 6 e 13 de Dezembro de 1847. Durante duas das sessões, Mélanie e Maximin estiveram presentes e foram questionados sobre o que viram.


Quanto à votação final, doze dos dezesseis membros apoiaram a veracidade da aparição. Três dos doze membros tinham dúvidas em relação a alguns de seus elementos. Um membro, Jean-Pierre Cartellier, manifestou certeza de que a aparição fosse falsa. Assim que a comissão concluiu suas deliberações, o relatório foi aprovado.


O relatório foi então publicado por Pierre Joseph Rousselot em 26 de Junho de 1848. Foi enviado ao Papa Pio IX em agosto do mesmo ano. As conclusões do relatório foram aceites pela Santa Sé. No entanto, houve resistência dentro da hierarquia da Igreja na França, que buscava um apaziguamento com as autoridades. As dúvidas não desapareciam totalmente, já que o Cardeal de Bonald não acreditava na veracidade da aparição. Este, então, exigiu que as crianças lhe contassem os segredos que a Virgem havia-lhes confiado, sob o falso pretexto de possuir um mandato papal.


A 2 de Julho de 1851, as crianças escreveram sobre a aparição e os segredos que a Virgem Maria havia-lhes comunicado. Mélanie, que escrevera seu texto no convento das Irmãs da Providência de Corenc, disse que só havia escrito uma breve versão do segredo, e insistiu para que ambos os textos fossem diretamente entregues ao Papa. Sob essas condições, dois representantes foram enviadas a Roma. O texto dos dois segredos foram ambos entregues ao Papa Pio IX em 18 de julho de 1851.


A 19 de Setembro de 1851, quinto aniversário da aparição, esta foi aprovada oficialmente em carta pastoral do bispo diocesano, sob o título "Nossa Senhora de La Salette".


As profecias da Virgem

O tema central das mensagens da Virgem para a humanidade foi que deveriam livrar-se do pecado mortal e fazer penitência, ou sofreriam terríveis sofrimentos.


A Virgem Maria predisse eventos futuros da sociedade e da Igreja. O cumprimento destas previsões foi também visto como uma das indicações da veracidade da aparição nas investigações que se seguiram à aparição.


No que diz respeito à sociedade, a Virgem Maria previu que a colheita seria completamente fracassada. Em Dezembro de 1846, a maior parte das camadas populares foi atingida por doenças e, em 1847, uma fome assola a Europa, resultando na perda de cerca de um milhão de vidas, sendo cem mil só na França. A Cólera se tornou prevalente em várias partes da França e custou a vida de muitas crianças. 

O desaparecimento da Segunda República Francesa, com a Guerra franco-prussiana (1870-1871) e a revolta da Comuna de Paris de 1871 foram igualmente previstos.


No que diz respeito à Igreja, Ela previu que a fé católica na França e no mundo, mesmo na hierarquia católica, iria diminuir bastante, por causa dos muitos pecados dos leigos e do clero. Guerras iriam ocorrer se os homens não se arrependessem, e Paris e Marselha seriam destruídas.


Crise ecológica

Também é possível perceber nos alertas de Nossa Senhora de La Salette alguns viés da crise ecológica ao mencionar situações tais como: A natureza exige vingança para os homens, ela treme de espanto na expectativa do que deve suceder à terra manchada de crimes ... As estações serão mudadas, a terra não produzirá senão maus frutos ... a água e o fogo cansarão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis terremotos, que farão tragar montanhas, cidades, etc..


Crise moral dos sacerdotes

Outro clamor atual da Virgem é quanto à crise moral e até mesmo litúrgica da vida sacerdotal; podemos até citar as desonras e a vergonha da Igreja com a falta de muitos dos seus membros pelos escândalos de pedofilia, sincretismo, apostasia e outras abominações


“Os sacerdotes, ministros de meu Filho, os sacerdotes, por sua má vida, por suas irreverências e sua impiedade em celebrar os santos mistérios, por amor do dinheiro, das honras e dos prazeres, os sacerdotes tornaram-se cloacas de impureza. Sim, os padres pedem vingança, e esta está suspensa sobre as suas cabeças. Desgraçados dos padres e das pessoas consagradas a Deus, as quais, por suas infidelidades e sua má vida crucificam novamente o meu Filho! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e chamam a vingança e ela está às suas portas, pois não se encontra ninguém para implorar misericórdia, e perdão para o povo; não há mais almas generosas não há mais ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao Pai Eterno em favor do mundo."


A Cruz

O crucifixo La Salette, usado pela Virgem Maria, tem características especiais, um martelo e um torquês ou alicate.

O martelo simboliza o pecador cravando Jesus na cruz pelos seus pecados e o alicate representa todos nós tentando remover os pregos da cruz pelas nossas vidas virtuosas e pela fidelidade a Jesus.


Nossa Senhora de La Salette, rogai por nós! 


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