Santo do Dia 16 de Agosto

Santo Estêvão da Hungria


16 de Agosto


Estêvão I, também conhecido como Rei Santo Estêvão, foi o último grão-príncipe dos húngaros entre 997 e 1000 ou 1001, e o primeiro rei da Hungria de 1000 ou 1001 até sua morte em 1038. O ano de seu nascimento é desconhecido, mas muitos detalhes de sua vida sugerem que nasceu em ou após 975 em Estrigônio.

Nascimento: 975 d.C., Esztergom, Hungria

Falecimento: 15 de agosto de 1038, Kingdom of Hungary

O duque Gesa, casando com uma princesa cristã, permitiu que os filhos fossem educados no seguimento de Cristo. O seu primogênito, chamado de Vaik, que nascera em 969, ao completar dez de idade, foi batizado e recebeu o nome Estêvão. Na cerimônia, o futuro herdeiro do trono teve a felicidade de ver seu pai, convertido, recebendo o mesmo sacramento.

A criança soube pronunciar o nome admirável do Salvador antes de saber pedir o pão e saudar seu pai e sua mãe. Viu-se nele, desde a infância, tão belas inclinações para a piedade, que não se duvidou que ele levasse avante fielmente o que o Céu havia prometido e predito.

Foi dado ao menino como tutor Teodato, Conde da Itália que, de comum acordo com Santo Adalberto, fê-lo progredir nas sendas da virtude e da ciência. Desse modo, os conhecimentos com que ilustrou a inteligência do pupilo, e as virtudes com que adornou sua alma, fizeram de Estevão o príncipe mais completo de seu século.


Quando Estevão atingiu 15 anos, seu pai confiou-lhe parte dos negócios do Estado e, vendo que Deus o havia dotado de uma prudência singular, não tomava nenhuma medida importante sem ouvir antes seu parecer. Pouco mais tarde lhe confiou também o comando do exército.


No ano de 997, duas mortes feriram o generoso coração de Estevão: a de seu pai, a quem devia suceder, e a de Santo Adalberto, a quem considerava seu pai espiritual. Este, tendo ido evangelizar os povos da Prússia, lá obteve a coroa do martírio.


Talvez tenha sido por essa época que ele se casou com Gisela da Baviera, irmã do Imperador Santo Henrique.


O primeiro cuidado de Estevão, ao subir ao trono ducal, foi o de fazer a paz com seus vizinhos, a fim de poder se dedicar a estabelecer solidamente o cristianismo em seus Estados. Bem sucedido na primeira empresa, não o foi na segunda, pois alguns de seus vassalos ainda muito apegados ao paganismo e às superstições, se levantaram em armas contra ele, atacando a cidade de Veszprem, a mais importante do Ducado depois de Estergon.


Estevão se preparou para a campanha militar com jejum e oração, escolhendo para patronos de sua empresa São Martinho de Tours, seu compatriota, e São Jorge. E, embora com um número inferior de soldados, desbaratou o inimigo. No local da vitória mandou edificar um mosteiro em honra de São Martinho.


Livre assim para prosseguir seus desígnios, edificou igrejas e mosteiros, e mandou vir de outros países sacerdotes e religiosos recomendáveis por sua piedade para evangelizar seu povo. Alguns destes viriam a receber a coroa do martírio.


Mas faltava ao jovem Duque a chancela do Sumo Pontífice. Por isso, enviou uma embaixada a Roma com a finalidade de oferecer ao Pai comum da Cristandade aquele novo Estado cristão, pedir para si a bênção apostólica, e a confirmação das dioceses criadas. Mas sobretudo, conceder ao novo Duque cristão o título de Rei para que, com mais autoridade, ele levasse avante tudo o que pudesse servir para a propagação da fé e da verdadeira religião.


Narram os cronistas que, nessa mesma época, o Duque da Polônia, Miceslau, tendo-se convertido ao cristianismo, mandara ao Papa uma embaixada com o mesmo pedido. Silvestre II, para honrá-lo, havia mandado preparar magnífica coroa de ouro com riquíssimos esmaltes. Entretanto, um anjo lhe apareceu comunicando-lhe que aquela coroa não seria para o duque polonês, mas para Estevão, Príncipe da Hungria, cujos embaixadores chegariam no dia seguinte, porque suas virtudes e zelo pela fé lhe mereciam essa preferência.


O Pontífice concedeu então ao duque magiar o título de Rei, e a coroa presenteada a ele pelo Papa passou a ser uma verdadeira relíquia para os húngaros, e um símbolo de sua própria nacionalidade. Tem uma cruz um tanto inclinada por causa de um acidente, e é guardada exatamente assim até nossos dias.


Estevão submeteu sua coroa e Estados à Sé de Pedro, e consagrou seu Reino e pessoa à proteção especial da Mãe de Deus, de tal modo que só se referia ao Estado húngaro como “a família de Santa Maria”. “E tal é o respeito que os húngaros têm à Virgem, que ao falar d’Ela, a denominam sempre de ‘a Senhora’, ou ‘Nossa Senhora’, e inclinam a cabeça ao mesmo tempo, algumas vezes dobrando os joelhos”.


Na hora do combate, Estevão combatia como um bravo, mas ciente de que a vitória dependia de Deus. Quando seu cunhado e amigo o Imperador Santo Henrique faleceu, seu sucessor, Conrado II, quis apoderar-se do reino da Hungria. O santo preparou-se o melhor que pôde militarmente. Mas confiou-se sobretudo a Nossa Senhora. Ocorreu então um fato prodigioso: os generais do Imperador receberam ordem de retornar a seu país sem haver começado a batalha. Conrado, não tendo dado essa ordem, reconheceu no fato uma intervenção divina, e abandonou seu projeto de conquista.


Como todos os eleitos de Cristo, Estevão foi agraciado com Sua cruz. Durante três anos foi atormentado por violentas e agudas dores; morreram-lhe os filhos, restando-lhe apenas o mais velho, Américo. Neste, por sua disposição à virtude, depositara todas suas esperanças. Era o consolo de sua vida, e a esperança de sua velhice. Mas Deus quis também conduzir esse filho, Américo, para o reino do Céu, para o qual estava tão maduro, que foi elevado também à honra dos altares.


Ele viveu mais que todos os seus filhos. Morreu em 15 de agosto de 1038 e foi enterrado em sua nova basílica, construída em Székesfehérvár e dedicada à Virgem Maria. Sua morte causou guerras civis que duraram décadas.


Santo Estevão foi canonizado em 1686 pelo Papa Inocêncio XI. O Martirológio Romano Monástico, dos monges da abadia de Solesmes, dizem dele neste dia: “Em 1038, o nascimento no céu de Santo Estevão, rei da Hungria. Batizado pelo beneditino Santo Alberto e casado com a irmã do Imperador Santo Henrique II, foi coroado ‘Rei Apostólico’ no ano 1000 pelo primeiro papa francês, Silvestre II, antigo monge de Aurillac. De seu reinado data a conversão da Hungria ao cristianismo”.


Santo Estevão da Hungria, rogai por nós!