Santo do Dia 13 de Agosto

Santos Ponciano e Hipólito

Santa Dulce dos Pobres

Santo Ponciano


13 de Agosto


Papa São Ponciano foi Papa de 21 de julho de 230 a 29 de setembro de 235. Durante seu pontificado, o cisma de Hipólito chegou ao fim.

Nascimento: Roma, Itália

Falecimento: 19 de novembro de 235 d.C., Córsega e Sardenha

Papa São Ponciano (em latim: Pontianus;) Durante seu pontificado, o cisma de Hipólito chegou ao fim. Ponciano e outros líderes da igreja, entre eles Hipólito, foram exilados pelo imperador Maximino Trácio para a Sardenha e em consequência, ele renunciou ao papado no dia 25 ou 28 de setembro de 235, para permitir à Igreja eleger outro líder que estivesse presente em Roma, sendo eleito o Papa Antero.


É desconhecido quanto tempo ele viveu exilado, mas sabe-se que ele morreu de esgotamento, graças ao tratamento desumano nas minas da Sardenha, onde trabalhava. De acordo com a tradição, morreu na ilha de Tavolara. Ponciano confirmou a condenação proferida por Demétrio de Alexandria a alguns textos de Orígenes, de conteúdo gnóstico. Ordenou o canto dos salmos nas igrejas, prescreveu o "Confiteor", antes da missa e introduziu a fórmula "Dominus vobiscum". Sua festa foi celebrada dia 19 de novembro, mas atualmente é celebrada junto com a de seu rival Hipólito, em 13 de agosto.


Seus restos mortais foram levados para Roma pelo Papa Fabiano e enterrados na catacumba de Papa Calisto I, no cemitério da Via Tiburtina, sendo depois transladados para a basílica de Santa Praxedes.

Santo Hipólito


13 de Agosto


Santo Hipólito de Roma é um santo e foi o mais importante teólogo do século III na Igreja em Roma, onde ele provavelmente nasceu.

Nascimento: Roma, Itália

Falecimento: 236 d.C., Sardenha, Itália

Santo Hipólito de Roma é um santo e foi o mais importante teólogo do século III na Igreja em Roma, onde ele provavelmente nasceu.

Fócio o descreveu em sua Biblioteca como sendo um discípulo de Ireneu, que acredita-se ter sido discípulo de Policarpo e, pelo contexto da passagem, supõe-se que o próprio Hipólito assim se considerava. Porém, é duvidoso se esta afirmação de Fócio seja verdadeira.

Ele entrou em conflito com os papas de sua época e parece ter sido líder de um grupo cismático como um bispo rival de Roma. Por isto, ele é considerado como o primeiro Antipapa. Ele se opôs aos bispos de Roma que afrouxaram as regras de penitência para acomodarem um grande número de novos convertidos da religião pagã. Porém, muito provavelmente ele já estava reconciliado com a Igreja quando morreu como mártir.

Ele é a pessoa que usualmente chamamos de Santo Hipólito. Porém, iniciando no século IV, várias lendas surgiram sobre ele, identificando-o como um padre do cisma novaciano ou um soldado convertido por São Lourenço. E também é muitas vezes confundido com um outro mártir de mesmo nome.

Como um presbítero da Igreja em Roma sob o Papa Zeferino (r. 199–217), Hipólito se destacou por sua erudição e eloquência. Foi nesta época que Orígenes, então um jovem, o ouviu pregar.

Ele acusou o Papa Zeferino de modalismo, a heresia que ensinava que Pai e Filho eram apenas nomes diferentes para o mesmo sujeito. Hipólito, por sua vez, defendia a doutrina do Logos dos apologistas gregos, que distinguia o Pai do Logos ("Verbo"). Um conservador do ponto de vista ético, ele se escandalizou quando o Papa Calisto I (r. 217–222) estendeu a absolvição aos cristãos que tinham cometidos pecados graves, como o adultério. Foi nesta época que é possível que ele tenha se permitido ser eleito como um rival do bispo de Roma, além de continuar atacando os papas Urbano I (r. 222–230) e Ponciano (r. 230–235).

Hipólito e seu grupo entraram em conflito com o Papa Calisto I (217-220), por pensar que o novo Pontífice, ao relaxar a legislação demasiado dura sobre o casamento e a penitência, estava abandonando a tradição católica. Justificando, com este motivo, sua posição irredutível, Hipólito escreveu o tratado sobre A Tradição Apostólica, fonte de primeira importância, para conhecermos a Igreja de seu tempo. Queixou-se também, de Calisto, de que tivesse este papa sendo condescendente quanto ao fato de se cometer um pecado mortal, não ser razão suficiente para depor um bispo, como alegava o contrário Hipólito. Reclamava também, do fato que o Papa tivesse admitido às ordens a quem se tinha casado duas ou três vezes e que tivesse reconhecido a legitimidade dos matrimônios entre os escravos e mulheres livres, o que estava proibido pela lei civil. Combateu as mais variadas heresias, e foi grande defensor da sã doutrina e disciplina. Hipólito era um homem pouco dado ao perdão. E suas atitudes pouco conciliatórias só poderiam causar problemas no seio da Igreja. Suas “implicâncias” eram tão “ferozes”, suas críticas tão “ácidas”, seu palavreado tão propenso à discussão, que começaram a “minar” a autoridade papal com grandes recriminações que atingiam com francas e amplas censuras diretamente ao papa Zeferino, por ser, em sua opinião, não suficientemente preparado para detectar e denunciar a heresia. Por ocasião da escolha de São Calisto I, ele interrompeu as relações com a Igreja de Roma, e, reunindo seus inúmeros seguidores, consentiu ser ordenado Bispo de Óstia, e em ser colocado como antipapa; opositor ao Papa, fundando uma igreja própria, arrastando no cisma parte do clero e do povo de Roma. Sua postura intransigente, acrescentando-se suas divergências pessoais de oposição, e, a não disfarçada inveja, porque Calisto fora o preferido pelo clero a ele como sucessor do Papa Zeferino, fizeram nascer um cisma que durou vinte anos, e, continuou durante o pontificado de Ponciano, que contudo conseguiu, com a sua magnanimidade reconduzir Hipólito e o seu grupo à unidade da Igreja.

Na perseguição aos cristãos do imperador Maximino Trácio, Hipólito e Ponciano foram exilados juntos em 235 para a Sardenha e é muito provável que lá, antes de sua morte, ele tenha se reconciliado com seus adversários em Roma, pois já sob o Papa Fabiano (r. 236–250) seu corpo e o de Ponciano foram trazidos para Roma. Pelo Catalogus Liberianus é possível verificar que em 13 de agosto, provavelmente de 236, eles foram enterrados em Roma, sendo Hipólito no cemitério na Via Tiburtina e Ponciano, nas Catacumbas de São Calisto. Este documento também indica que, por volta de 255, Hipólito já era considerado um mártir cristão e lhe atribui a posição de padre e não a de bispo, mais uma indicação de que antes de sua morte ele já tinha sido recebido novamente no seio da Igreja.

Santa Dulce dos Pobres


13 de Agosto


Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, foi uma freira brasileira. Foi beatificada em 2011 pelo enviado especial do Papa Bento XVI, Dom Geraldo Majella Agnelo, em Salvador, .

Nascimento: 26 de maio de 1914, Salvador, Bahia

Falecimento: 13 de março de 1992, Salvador, Bahia

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu no dia 26 de maio de 1914, na Bahia, Brasil. Era a segunda filha do casal Augusto Lopes Pontes e Dulce Souza Brito, que já tinha quatro outros filhos. Sua mãe morreu aos 26 anos, quando ela tinha apenas 6 anos de idade, porém, teve uma infância feliz, com os irmãos e os parentes, que procuravam compensar a grande perda. Certo dia, a menina foi com uma tia materna visitar os pobres de um convento. Foi diante de tanta privação e sofrimento que a pequena decidiu: “Quero ser freira e dedicar minha vida aos pobres”. E isso ela nunca esqueceu.

Maria Rita se desenvolveu pouco fisicamente, tornou-se uma mulher pequenina e de aparência muito frágil. Mas aos 19 anos, após diplomar-se professora, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe e, aos 20 anos, fez sua profissão religiosa, assumindo o nome de Irmã Dulce, em homenagem à mãe.

Determinada a atender os mais carentes, voltou à Bahia em 1934, iniciando um trabalho de assistência à comunidade pobre de Alagados e Itapagipe. Nesse mesmo ano funda a União Operária São Francisco, primeiro movimento cristão operário de Salvador. A imprensa começa a chamá-la de Irmã Dulce dos Pobres, o anjo dos Alagados. Em 1937, fundou o Círculo Operário da Bahia.

Decidida a acolher os doentes que a procuravam, Irmã Dulce os abrigava em casas abandonadas e, em seguida, saía em busca de alimentos, remédios, assistência médica e ajuda financeira dos comerciantes e pessoas amigas. Seu lema era: “Amar e servir o mais necessitado entre os necessitados, como se acolhesse o próprio Cristo”.

E, sob esse escudo, Irmã Dulce iniciou seu trabalho assistencial num albergue improvisado em 1946, no galinheiro do convento das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, para acolher 70 doentes que ela havia recolhido nas ruas de Salvador. Atualmente, a Associação Obras Sociais Irmã Dulce é a maior ONG de saúde no Norte e Nordeste e a 9ª do Brasil, atendendo, em seus onze núcleos, mais de um milhão de carentes por ano, um trabalho inteiramente gratuito. Nessas Obras Sociais estão portadores de deficiências, idosos, crianças, adolescentes, mendigos, alcoólicos, toxicômanos e todos os que vivem à margem da sociedade.

Para construir sua obra, Irmã Dulce contou com o apoio do povo baiano, de brasileiros dos diversos estados e de personalidades internacionais. No dia 7 de julho de 1980, Irmã Dulce ouviu do Papa São João Paulo II, na sua primeira visita ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra. Quatro anos depois fundou a Associação Filhas de Maria Servas dos Pobres. E em 1988, foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz.

Em 20 de outubro de 1991, na segunda visita ao Brasil, o Papa São João Paulo II fez questão de visitar Irmã Dulce, já bastante debilitada no seu leito de enferma, no Convento Santo Antônio. Aos 13 de março de 1992, Irmã Dulce faleceu, com 77 anos de idade. A fragilidade dos últimos trinta anos da sua vida, com a saúde abalada seriamente, tinha setenta por cento da capacidade respiratória comprometida, não impediu que ela construísse e mantivesse uma das maiores e respeitadas instituições filantrópicas do país.

Por esse exemplo de vida, a Igreja Católica abriu o processo para a beatificação de Irmã Dulce, em 2000. No final da fase diocesana, após um ano e meio, o Papa São João Paulo II a distinguiu como Serva de Deus.

O Memorial Irmã Dulce guarda hoje cerca de dois mil relatos documentados de graças alcançadas por baianos, pessoas de outros Estados e até de outros países, concedidas por intercessão de Irmã Dulce, que atestam a sua fama de santidade ainda em vida e as virtudes heroicas do “Anjo Bom da Bahia”, como a freira, já no final da vida, era reconhecida.

O decreto de beatificação de Irmã Dulce foi assinado pelo Papa Bento XVI no dia 10 de dezembro de 2010, após reconhecimento de um milagre da freira. Durante o Consistório Ordinário Público realizado no dia 1º de julho de 2019, o Papa Francisco anunciou que Irmã Dulce e outros quatro beatos serão canonizados,no Vaticano, durante o Sínodo para a Amazônia.

No dia 13 de outubro de 2019, em uma cerimônia presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano, Irmã Dulce foi proclamada “Santa Dulce dos Pobres”, tornando-se a primeira santa brasileira.