Santo do Dia 12 de Junho

Dia 12 de Junho

São Gaspar de Búfalo

São João de Sahagun

São Gaspar de Búfalo


Dia 12 de Junho


Gaspar Melchior Balthazar del Bufalo, também conhecido como Gaspare del Bufalo, foi um padre católico romano e fundador dos Missionários do Preciosíssimo Sangue. Canonizado em 1954, é liturgicamente comemorado em 21 de outubro.

Nascimento: 6 de janeiro de 1786, Roma, Itália

Falecimento: 28 de dezembro de 1837, Roma, Itália

Gaspar del Bufalo nasceu em Roma na Festa da Epifania, 6 de janeiro de 1786. Ele foi batizado naquele mesmo dia e recebeu o nome de Gaspar Melchior Balthazar, os nomes tradicionais dos magos que visitavam o menino Jesus. Filho de Annunziata e Antonio del Bufalo, cresceu na cidade de Roma, nos aposentos dos criados de uma família nobre, onde seu pai trabalhava como chef.


Seu pai era um empresário fracassado que se interessou pelo teatro e pelo futebol profissional antes de assumir o cargo de cozinheiro na casa da família Altieri, cujo palácio ficava em frente à Igreja de Jesus, em Roma.


Por causa de sua saúde delicada, sua piedosa mãe o confirmou com a idade de um ano e meio. Como sofria de uma doença ocular incurável, que ameaçava deixá-lo cego, orações foram feitas a São Francisco Xavier pela sua recuperação. Por influência de sua mãe, ele tornou-se muito dedicado a São Francisco Xavier, cuja relíquia está exposta em um altar de Gesù. Em 1787, ele recuperou e, mais tarde na vida, nutriu uma devoção especial ao apóstolo da Índia e o escolheu como patrono especial da congregação que ele mais tarde fundou.


São Gaspar também atuou em vários ministérios. Ele visitava os doentes e os pobres com frequência e fundou uma organização religiosa para jovens cujos membros oravam e faziam trabalhos de caridade juntos. Ele foi ordenado ao sacerdócio católico na diocese de Roma em 1808. Logo depois, Gaspar formou uma sociedade noturna para os operários e trabalhadores rurais que vinham do campo a Roma para vender suas mercadorias. Ele forneceu catecismo para órfãos e crianças de pobres e montou um abrigo noturno para os sem-teto.


Junto com outro clero que se recusou a fazer o juramento de lealdade a Napoleão Bonaparte em 1809 após a deportação do Papa Pio VII, ele foi enviado ao exílio para o norte da Itália e preso por quatro anos. Ao retornar a Roma em 1814, ele pensou em ingressar nos Jesuítas, que haviam sido recentemente restabelecidos. No entanto, em vista das necessidades da época e a pedido de Pio VII, ele se engajou no ministério de pregar missões ao povo para restabelecer alguma ordem em meio ao caos da época.


Apesar de enfrentar grandes dificuldades, em 1815 ele fundou uma sociedade de sacerdotes, os Missionários do Preciosíssimo Sangue, na abadia de San Felice em Giano, Umbria. Com a ajuda da população local, Gaspar trabalhou na reforma do mosteiro abandonado do século X.


O ano de 1821 foi uma época de grande ilegalidade nos Estados Papais e muitas cidades estavam fora do controle das autoridades civis. Bandidos controlavam muitas das cidades nas províncias costeiras. O cardeal Cristaldi, tesoureiro papal e conselheiro do Papa Pio VII, sugeriu que Gaspar e seu novo grupo de missionários fossem às cidades e províncias onde os bandidos viviam e estabelecessem casas missionárias. Lá eles deveriam pregar a Palavra, estabelecer igrejas e capelas e cuidar da instrução contínua do povo. Entre 1821 e 1823, seis novas casas de missão foram abertas. Gaspar e seus companheiros saíram e pregaram os méritos do Preciosíssimo Sangue. Eles chamaram o povo ao arrependimento e ao retorno à fidelidade. Eles pregavam nas esquinas das ruas à noite. Eles instruíram as crianças. Munidos apenas do crucifixo, foram para a serra, onde Gaspar negociou a paz com os bandidos.


Embora Gaspar fosse muito popular em sua cidade natal, ele tinha inimigos. Sua atividade na conversão dos "briganti", que vinham em multidões e colocavam suas armas a seus pés depois que ele pregava para eles em seus esconderijos nas montanhas, despertou a ira dos oficiais que lucravam com o banditismo por meio de subornos e de outras formas. Esses inimigos quase induziram Leão XII a suspender del Bufalo.


Ele também enfrentou oposição eclesiástica. Uma das principais objeções à nova sociedade era que seu nome, Missionários do Preciosíssimo Sangue, era considerado anti-eclesiástico. Gaspar foi acusado de desrespeitar a lei canônica e a cruz e a corrente que os membros usavam não eram tradicionais. Essa oposição começou sob o reinado do Papa Pio VII (por volta de 1820), que havia sido um forte apoio da sociedade em sua fundação em 1815. Essa oposição se tornou tão forte que o sucessor de Pio VII, Leão XII, foi positivamente adverso para a comunidade. Observa-se que isso ocorreu em um momento em que Gaspar estava sendo cada vez mais aberto em suas críticas aos abusos na Igreja e no governo dos Estados Pontifícios. São Gaspar sentiu que esta oposição era mais um ataque pessoal a si mesmo e então ele se ofereceu para deixar o cargo de moderador da comunidade para que as coisas pudessem ser suavizadas. Felizmente, isso não foi necessário, pois a situação com Leão XII foi resolvida após um encontro entre os dois.


Seus esforços missionários foram extremamente dramáticos. Um contemporâneo, o Padre e Bispo Passionista Vincenzenzo Maria Strambi, descreveu sua pregação como "como um terremoto espiritual". Ele também era um amigo de São Vicente Pallotti, fundador dos Palotinos, que ajudou no leito de morte de Gaspar. Ele é particularmente conhecido por sua devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo e por espalhar esta devoção durante sua vida.


Até sua morte em 28 de dezembro de 1837, ele trabalhou incansavelmente para re-evangelizar a Itália central, especialmente os Estados Papais. Ele era bem conhecido por sua eloquência na pregação, sua devoção aos pobres (especialmente o Hospício de Santa Galla em Roma) e seu trabalho com os bandidos do sul do Lácio.


Em 1836, suas forças começaram a falhar. Ele havia dado sua última missão em Roma, na Chiesa Nuova, em 1837. Embora mortalmente doente, ele correu para Roma, onde a cólera estava devastando, para atender às necessidades espirituais dos atingidos pela peste. Ele voltou a Albano, mas foi novamente a Roma por sugestão do Cardeal Franzoni, o cardeal protetor da Congregação, em dezembro de 1837. Foi demais para ele, e ele sucumbiu no meio de seu trabalho em 28 de dezembro de 1837.


Seu funeral foi realizado em Roma, na igreja de Sant'Angelo in Pescheria, perto do Teatro di Marcello, e ele foi sepultado em Albano. Posteriormente, seu corpo foi transferido para a casa dos Missionários da Via dei Crociferi em Roma (Santa Maria in Trivio), onde permanece até hoje.


Os títulos atribuídos a ele por seus contemporâneos: "II Santo", "Apóstolo de Roma", "Il martello dei Carbonari" (Martelo da Maçonaria Italiana).


São Gaspar del Bufalo foi beatificado pelo Papa Pio X em 1904, e canonizado pelo Papa Pio XII em 12 de junho de 1954. Seu dia de festa, como indicado no Martirológio Romano, é no dia de sua morte, 28 de dezembro, mas não foi incluído no Calendário Romano Geral. Atualmente a festa de São Gaspar del Bufalo é comemorada no dia 21 de outubro.


São Gaspar de Búfalo, rogai por nós!



Oração

Ó São Gaspar, tu amaste a Igreja perseguida e, para

seres fiel a Deus, aceitaste a prisão e o exílio.

Pedimos-te que intercedas pela Igreja de hoje

e ajuda-nos a saber pregar e viver o Evangelho

todos os dias da nossa vida.

Aumenta o nosso amor ao Sangue de Jesus Cristo

para estarmos também dispostos a arriscarmos as nossas vidas.

Bendizemos e agradecemos ao Pai tua obra, a fundação dos Missionários

do Preciosíssimo Sangue e o exemplo que nos deixaste.

Alcança-nos de Deus ... (dizer a graça que se deseja receber) e fortalece a nossa união com Cristo e a Igreja para alcançarmos a salvação eterna. Amém!


Oração do dia

Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

São João de Sahagun


Dia 12 de Junho


São João de Sahagún ou João de São Facundo, nascido Juan Gonzalez de Castrillo Martinez de Sahagun y Cea, foi um sacerdote, teólogo, prior de um convento da Ordem de Santo Agostinho e santo da Igreja Católica.

Nascimento: 24 de junho de 1430, Sahagun, reino de León, Espanha.

Falecimento: 11 de junho de 1479, Salamanca, Espanha

Sahagún, antigamente São Facundo, no Caminho de São Tiago de Compostela, é uma cidade da província de Leão. Ela nasceu nos arredores de um mosteiro beneditino consagrado aos Santos mártires Facundo e Primitivo. O que leva a pensar que seu nome surgiu de uma abreviação e variação do nome San Fagun.

A glória de Sahagún está em ter o mártir São Fernando tingido de sangue as águas do rio Cea no tempo dos romanos. Outra de suas glórias é a de ser também a pátria de João Gonzalez de Castrilho, que passará para a História da Igreja como São João de Sahagún ou de São Facundo.

Seu pai e homônimo, “cristão velho” e fidalgo “pelos quatro costados”, vivia na corte do rei D. João II, e se notabilizara na batalha de Hiqueruela contra os mouros, sob o comando do condestável Álvaro de Luna.

João nasceu na festa de São João Batista, 24 de junho de 1430, sendo o mais velho de sete filhos de D. João e de Da. Sancha Martinez. Estudou letras e humanidades no Real Mosteiro de São Bento de sua cidade. Como era dotado de boa inteligência, saiu muito avantajado nos estudos.

Na adolescência foi apresentado por um tio ao arcebispo de Burgos, D. Alonso de Cartagena, antigo rabino sinceramente convertido em príncipe da Igreja, homem virtuoso, de vasto saber, que logo se encantou com as qualidades de João Gonzalez. D. Alonso ordenou-o sacerdote, nomeou-o cônego da catedral, e lhe concedeu outros benefícios. Mas o jovem levita, renunciando a tudo, dedicou-se à pregação, à cura das almas, e aos estudos na pequena igreja de Santa Águeda.

Morto D. Alonso em 1456, o Pe. João trasladou-se para Salamanca para estudar direito canônico em sua célebre universidade. Ao mesmo tempo exercia sua atividade pastoral em uma capela da cidade.

No princípio de sua carreira, por causa de sua humildade, poucos notaram as qualidades desse jovem sacerdote. Mas um dia o convidaram a fazer um sermão em honra de São Sebastião, patrono do colégio de São Bartolomeu. O Pe. João agradou tanto, que foi eleito para essa casa, tornando-se também muito popular na cidade. Uma vez formado em direito canônico, lecionou Sagrada Escritura no mesmo colégio.

Entretanto, um cálculo renal tornou necessária dolorosa operação que, naquela época, podia pôr em risco a vida do paciente. Diante dessa perspectiva, o Pe. João prometeu a Deus que, se saísse ileso da operação, tornar-se-ia religioso. Eis o que ele mesmo diz que ocorreu então: “O que se passou aquela noite entre Deus e minha alma, só Ele sabe; e, logo de manhã, fui [ao convento de] Santo Agostinho, creio que por iluminação do Espírito Santo, e recebi o hábito da Ordem”, tornando-se religioso agostiniano.

Muito devoto da Eucaristia, o novo religioso não podia ser menos do Santo Sacrifício do Altar. Tinha tais êxtases na celebração da Missa, que esta não tinha fim. O que fez com que o Superior lhe ordenasse que fosse mais breve.

Frei João, confuso, comunicou-lhe então o que se passava entre ele e Nosso Senhor durante o Santo Sacrifício: Jesus Cristo aparecia-lhe frequentemente, fulgurante como um sol, e lhe fazia as mais altas revelações. “Eu vos digo – declarou o Superior a seus frades –, que tais e tantos segredos me disse, que via que eu desfalecia; pensei cair morto por terra com o muito terror que se me apoderou”. A partir de então não puseram mais limite de tempo ao santo quando celebrava.

Mas a grande missão de São João de Sahagún foi a pregação. Falava tão bem e tão pateticamente, que em Salamanca se dizia: “Vamos ouvir o frade gracioso”. Entretanto, fustigava os vícios, as modas extravagantes, a licenciosidade de costumes e as injustiças que via na cidade. Por isso várias vezes foi vítima de atentados. Pois não poupava nem amigos nem pessoas elevadas em dignidade quando se tratava de apontar alguma irregularidade: “Fazer de outro modo, dizia, é vender a consciência, trair o Crucifixo, e fazer, por assim dizer, moeda falsa em matéria de religião”.

Frei João era de tal modo dotado do poder de penetrar os segredos de consciência, que no confessionário não era fácil enganá-lo. E aqueles que queriam fazer apenas uma confissão de rotina, eram obrigados a fazê-la bem. Insistia na necessidade do firme propósito para que fosse boa a confissão. Era, entretanto, muito discreto e misericordioso com os pecadores, por isso muito procurado pelos fiéis.

Deus Nosso Senhor cercou a vida de São João de Sahagún com vários fatos milagrosos. Assim, um dia seu irmão D. Martim de Castrilhos o chamou aflito, porque uma filha acabava de falecer. Frei João, ao chegar à sua casa, disse alegremente a seu irmão: “Por que choras? A menina desmaiou, e pensam que morreu”. Tomando-a pela mão, entregou-a com vida à mãe.

Um dos maiores feitos de São João de Sahagún foi a pacificação de Salamanca, que estava sendo devastada por uma guerra de famílias havia quarenta anos. Dois partidos dividiam a cidade, e não havia dia em que o sangue não corresse com abundância. O pior é que nem mesmo os magistrados e a autoridade real eram respeitados. Cometiam-se homicídios mesmo nos lugares de asilo, e matava-se até ao pé dos altares.

São João de Sahagún não omitiu nada para reunir os dois partidos opostos, e fazer cessar o espírito de vingança que os animava. Tudo empregou, tanto no confessionário quanto no púlpito, nas ruas e até em frente às casas dos litigantes para fazer cessar esse flagelo.

Um dia, quando pregava contra essas desordens na igreja lotada, começou um murmúrio de desagrado no templo, e alguns puseram mão à espada. O Santo interrompeu então o sermão e, com tom de profeta, disse que cairia morto o primeiro que a empunhasse. Um dos senhores mais responsáveis pelo litígio quis desafiar o pregador, e caiu fulminado. Esse castigo tão súbito, tão público, e tão milagroso, foi de tanto efeito, que operou a difícil reconciliação. Pelo que João de Sahagún recebeu na cidade o título de “El Pacificador”. Havia em Salamanca um senhor da alta nobreza que levava vida muito escandalosa com uma mulher também de qualidade. E ninguém ousava repreendê-los. São João, entretanto, tomou a liberdade de lhes mostrar o estado pecaminoso em que viviam, e o escândalo que davam à cidade. E os ameaçou com o castigo divino. Suas palavras e admoestações causaram profundo efeito sobre o nobre que, arrependido, rompeu a ligação ilícita em que vivia. O mesmo, entretanto, não ocorreu com sua concubina, que jurou vingar-se. Não se sabe por que meios conseguiu pôr um veneno lento, mas mortal, num alimento que Frei João ia tomar. A conseqüência foi um lento e doloroso deperecimento do Santo. Sofrendo tudo com paciência admirável, no dia 11 de junho de 1479 ele entregou sua alma a Deus aos 49 anos de idade.

Logo após a sua morte foi aclamado Apóstolo de Salamanca, e começaram as peregrinações ao seu túmulo. Suas relíquias foram trasladadas para a Catedral Nova de Salamanca e algumas delas estiveram na Igreja da Santíssima Trindade, em Sahagún, até á construção da Ermita de San Juan de Sahagún, em 1652.

Foi beatificado em 1601 pelo Papa Clemente VIII e canonizado em 1690 pelo Papa Alexandre VIII.

O convento de Religiosos de Santo Agostinho, na freguesia de Miragaia, no Porto, encontra-se dedicado a este santo castelhano.