Santo do Dia‎ 11 de Setembro

São João Gabriel Perboyre

11 de setembro


Traduzido do inglês-John Gabriel Perboyre, CM foi um padre francês da Congregação da Missão, que serviu como missionário na China, onde sofreu o martírio. Foi canonizado em 1996 pelo Papa João Paulo II.

Nascimento: 5 de janeiro de 1802, Montgesty, França

Falecimento: 11 de setembro de 1840, Wuchang District, Wuhan, China

João Gabriel Perboyre nasceu em 5 de janeiro de 1802, em Mongesty, na diocese de Cahors, França, numa família de agricultores, numerosa e profundamente cristã. Foi o primeiro dos oito filhos do casal, sendo educado para seguir a profissão do pai.


Mas o menino era muito piedoso, demonstrando desde a infância sua vocação religiosa. Assim, aos quatorze anos, junto com dois de seus irmãos, Luís e Tiago, decidiu seguir o exemplo do seu tio Jacques Perboyre, que era sacerdote. Ingressou na Congregação da missão fundada por são Vicente de Paulo para tornar-se um padre vicentino ou lazarista, como também são chamados os sacerdotes desta Ordem. Depois, também, duas de suas irmãs ingressaram na Congregação das Filhas da Caridade. Uma outra irmã, logo após entrar para as carmelitas, adoeceu e morreu.


Em 15 de dezembro de 1818, entrou para o Seminário Interno da Congregação da Missão e emitiu os votos a 28 de dezembro de 1820. Concluindo seus estudos em junho de 1823 e não podendo ser ordenado devido à idade (isso só aconteceria a 23 de setembro de 1826), retornou a Montauban como professor. Um ano depois de ordenado, foi nomeado superior do Seminário de Saint-Flour e, em 1832, diretor do Seminário Interno, em Paris.


Foi em 1820, quando estava no Seminário Interno, que Padre João Gabriel recebeu a notícia do martírio do Padre Francisco Régis Clet, depois de longos anos de trabalho missionário na China (1791-1820). Anos depois, por ocasião da chegada à Paris das relíquias do Padre Clet, o jovem missionário Perboyre, já como diretor do Seminário Interno, cargo também exercido por seu Coirmão martirizado, exclamou diante de seus formandos: Quisera eu ser mártir como Clet! Peçam a Deus que minha saúde se fortifique para que eu possa ir à China, a fim de pregar Jesus Cristo e morrer por ele.


A falta de saúde era realmente um grande obstáculo para seus sonhos. Mas Padre Perboyre nunca perdeu a esperança. De fato, em 1835, partiu para a China, desembarcando em Macau alguns meses depois. Neste território português, Padre Perboyre foi recebido por seus Coirmãos de Congregação para se dedicar ao estudo da cultura e, principalmente, da língua chinesa, esforço que empreendeu sem demora, permanecendo em Macau apenas quatro meses.


Em terras chinesas, apesar da grande perseguição contra a fé cristã, Padre Perboyre não se intimidou e se lançou de corpo e alma à missão.


Seu apostolado consistia, fundamentalmente, em percorrer os diversos povoados da região, pregando o Evangelho do Senhor e conclamando o povo à conversão e à santidade de vida. A estas missões, segundo seu próprio relato, geralmente acorriam muitas pessoas, inclusive algumas que, por causa das constantes perseguições, tinham abandonado e renegado sua fé.


Em meio a tantas atividades e com um futuro claramente promissor em terras chinesas, Padre Perboyre foi ceifado pela perseguição. Todos os seus projetos e empreendimentos apostólicos recebiam ali um termo e seriam, com sua oferta e para a decepção de seus perseguidores, ainda mais fecundados.


Tal perseguição, que culminaria com seu martírio, começou na aldeia de Nan-Kiang, num domingo, após a missa. Os soldados investiram contra os cristãos, saqueando e incendiando a igreja. Fugindo, Padre Perboyre se escondeu num bambuzal, depois na casa de um catequista e, no dia seguinte, numa floresta vizinha. Mas o Missionário foi traído e entregue por um neófito. Preso, foi arrastado de tribunal em tribunal e torturado pelos soldados. Interrogado quanto à sua fé, respondeu entusiasmado: Sou europeu e missionário dessa religião. No entanto, às calúnias e maus tratos preferia responder mais pelo silêncio do que por palavras. Firme em suas convicções, afirmava: Antes morrer do que renegar a fé.


Em Ku Chen, Padre Perboyre submeteu-se a dois interrogatórios; em Sian Yan Fu, outros quatro, sendo que, em um destes, foi obrigado a ficar meio dia de joelhos, em cima de correntes e preso numa viga de madeira. Em Outchangfou, último estágio a ser enfrentado, o resistente e intrépido Missionário ainda sofreu vinte interrogatórios, todos feitos mediante intensa tortura. No entanto, apesar de todo este sofrimento, Padre Perboyre não revelou o que queriam seus algozes: o nome dos demais Missionários, para que a perseguição pudesse se estender por todo o Império. Também não aceitou o sacrilégio de pisar na cruz, sinal preclaro da salvação e do amor de Deus pela humanidade, e esta recusa lhe rendeu cento e dez açoites de uma só vez.


A 11 de setembro de 1840, o correio imperial ratificou sua sentença de morte: tirado da prisão, revestido da túnica vermelha dos condenados, foi levado para ser estrangulado. Padre Perboyre foi descalço, mãos atadas atrás das costas, sustentando uma longa vara em cuja extremidade tremulava o motivo de sua condenação: professar a fé cristã. Chegara o momento supremo. Em Outchangfou, de joelhos, ao pé da forca, o Missionário dirigiu a Deus sua última prece. Amarrando-o num madeiro em forma de cruz, seus algozes impiedosamente o estrangularam. Ali morria, no ardor de sua fé, mais um Missionário, determinado em suas convicções e em seu zelo apostólico. Seu corpo foi resgatado e enterrado no cemitério da missão por um catequista.


Depois de expirado o período obrigatório de espera de cinco anos após a morte para buscar a canonização de uma pessoa, uma causa para ela foi apresentada à Santa Sé . Ele foi beatificado pelo Papa Leão XIII em 1889 e posteriormente canonizado pelo Papa João Paulo II em 1996 em 2 de junho. Nesse ínterim, seus restos mortais foram devolvidos da China para a França, onde foram sepultados para veneração na capela da Casa Mãe Vicentina em Paris, Capela de São Vicente de Paulo .


São João Gabriel Perboyre, rogai por nós!




Oração:

Deus eterno e todo-poderoso, que destes a Beato João Gabriel Perboyre a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades, e correr ao encontro de vós que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém



Oração do dia

Ó Deus, quisestes que São João Gabriel Perboyre se tornasse insigne pelos trabalhos apostólicos e pela participação na cruz de vosso Filho. Fazei que, à sua imitação, nos associemos aos sofrimentos de Cristo para levar a todos, com alegria, a vossa salvação. Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Oração de São João Gabriel Perboyre a Jesus

São João Gabriel Perboyre compôs esta oração no século XIX. Esta oração transformadora se aproxima da declaração de São Paulo em Gálatas 2:20:

"Eu vivo - agora não mais eu - mas Cristo vive em mim".


Ó meu Divino Salvador,

Transforme-me em você mesmo.

Que minhas mãos sejam as mãos de Jesus.

Conceda que cada faculdade do meu corpo

Pode servir apenas para glorificá-lo.

Sobre tudo,

Transforme minha alma e todos os seus poderes

Para que minha memória, vontade e afeto

Pode ser a memória, a vontade e os afetos

De Jesus.

Eu oro por voce

Para destruir em mim

Tudo o que não é de você.

Conceda que eu possa viver

Mas em Ti, por Ti e para Ti,

Para que eu possa dizer verdadeiramente,

Com São Paulo,

"Eu vivo – agora não eu – Mas Cristo vive em mim".