Santo do Dia‎ 11 de Março

Santos Marcos Chong e

Aleixo Se-yong



11 de Março


Marcos Chong, nasceu no que hoje é a Coreia do Sul em 1794. Sua família pertencia à nobreza local. Seu contato com o cristianismo e sua conversão se deu mediante o testemunho do martírio de dois sacerdotes católicos

A história da Igreja é repleta de relatos de mártires, dentre eles, há uns mais conhecidos do que outros. Alguns nomes, como São Sebastião e Santa Luzia, são comuns entre os católicos. Outros mais recentes, como São Maximiliano Maria Kolbe, também são mais populares. Mas este texto pretende apresentar a você dois santos mártires, desconhecidos por muitos brasileiros, que, ao lado de outros, se tornaram verdadeiras bases da Igreja no Oriente: santos mártires Marcos Chong Ui-bae, catequista; e Aleixo U Se-yong, seu catequizando.

Por causa da fé cristã, os dois foram ultrajados e flagelados pelos próprios parentes na Coreia, em 1866.

A oferta de vida deu origem à fé cristã na Coreia, que começa dois séculos antes, com a iniciativa de alguns leigos. O desenvolvimento das primeiras comunidades foi solidificado apenas no século XIX, com a chegada dos primeiros missionários vindos da França.

Poucos anos antes, nascia Marcos Chong Ui-bae. Filho de uma família pagã da nobreza local, Marcos se tornou professor, se casou e ficou viúvo. Foi aí que se sentiu tocado pelo testemunho de dois sacerdotes católicos martirizados: a alegria dos padres, mesmo diante da tortura, fez com que o jovem coreano se interessasse pelo catolicismo, a ponto de pedir o Batismo pouco tempo depois.

Catequista, aderiu a uma vida de pobreza e austeridade, ao lado da esposa, também cristã, se dedicou à caridade, prestando serviços aos doentes e aos órfãos, chegando a adotar uma criança. Mas seu testemunho não foi o suficiente para conter a onda de perseguições que surgia contra os cristãos. Marcos chegou a ajudar muitos católicos a deixar a Coreia, mas decidiu permanecer no próprio país.

Conheceu um jovem, enviado pelo então bispo São Simeão Berneux, para ser catequizado: Aleixo U Se-Yong. Também oriundo de uma família rica, Aleixo rapidamente aceitou a pregação do Evangelho realizada por Marcos e se tornou cristão, abandonando a família que não aceitava aquela conversão, a ponto de ameaças e agressões físicas. Anos depois, fruto de sua intercessão, 20 membros de sua família aceitariam se tornarem cristãos.

A perseguição contra os cristãos continuava: de um lado, o confucionismo, religião oficial do Estado, e, de outro, as tradições de veneração de ancestrais. Marcos Chong Ui-bae é preso. Seus algozes tentam em vão que ele denuncie outros católicos; Marcos oferece nomes de cristãos que já haviam morrido, em sinal do seu amor aos irmãos e sua fidelidade a Cristo. A Igreja relata que foi Aleixo quem se empenhou na tradução do Catecismo e de outros textos católicos para o idioma coreano.

Ao saber da prisão daquele que o havia catequizado, resolve negar a fé cristã e participa de um linchamento de um catequista. À semelhança de São Pedro, é irremediavelmente tomado por um arrependimento profundo de seus atos, resolve visitar um bispo na prisão, recebe o perdão dos pecados, mas acaba cativo, onde permaneceu firme na fé.

Em 11 de março de 1866, Marcos, aos 70 anos, e Aleixo, aos 19, caminharam juntos em direção ao martírio, quando foram decapitados, pelos próprios parentes. Os dois foram beatificados 102 anos depois, pelo Papa Paulo VI, e canonizados em 6 de maio de 1984, pelo Papa João Paulo II, ao lado de outros 93 mártires coreanos e 10 padres franceses. As estimativas é que cerca de 10 mil católicos coreanos foram martirizados no primeiro século de vida da Igreja naquele país. Em 2014, o Papa Francisco beatificou outros 124 coreanos, vítimas do martírio.

Não há como não vincular o avanço da evangelização na Coreia do Sul à fé provada ao limite do martírio de homens, como São Marcos Chong Ui-bae, catequista, e São Aleixo U Se-yong. Hoje, a Coreia do Sul vê um considerável aumento no número de católicos. Segundo o relatório do Catholic Pastoral Institute of Korea, em 2018, os católicos sul-coreanos eram 5.866.510, enquanto que, em 1999, eram 3.946.844. Uma alta de 48,9%. Neste período de tempo, a porcentagem de católicos do país passou de 8,3% a 11,1%.

O que se aprende com esses dois santos? Em primeiro lugar, assim como na história de todos os mártires, a inegável fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho. Ainda que São Aleixo tenha apostatado, ciente do erro que havia cometido, volta confiante na misericórdia divina à comunhão da Igreja e da fé. Com eles também aprende-se que a pertença é inegociável, mesmo que, quando quem exige uma negação são os mais próximos. Mais que isso, ensinam a não desistir daqueles que perseguem, colocando em prática o ensino de Jesus de orar sem cessar por aqueles.

São Marcos Chong Ui-bae e Aleixo U Se-yong, rogai por nós!


Oração

“Senhor Jesus, que o testemunho de São Marcos Chong Ui-bae, catequista, e São Aleixo U Se-yong, de terras e épocas tão diferentes das nossas, anime o nosso coração à busca contínua do amor e fidelidade a Jesus, sabendo que, com a nossa adesão radical ao Evangelho, outros também serão alcançados – na nossa família, na nossa cidade, no nosso país -, ainda que isto seja pago com o preço da nossa própria vida. Amém!”

Santo Eulógio


11 de Março


Eulógio de Córdova foi um dos Mártires de Córdova. Ele viveu durante os reinados dos emires de Córdova Abderramão II e Maomé I em meados do século IX.

Nascimento: 810 d.C., Córdoba, Espanha

Falecimento: 11 de março de 859 d.C., Córdoba, Espanha

Eulógio talvez seja a vítima mais célebre da invasão da Espanha pelos árabes vindos da África ao longo dos séculos VIII ao XIII. Entretanto, inicialmente todos os cristãos espanhóis não eram candidatos ao martírio ou à escravidão e os Califas não eram tidos como intolerantes e sanguinários. Ao contrário, a Espanha gozava, sob a dominação dos árabes, longos períodos de paz e de benesses, determinantes para o desenvolvimento de um alto padrão de civilização, diferente do concedido pela dominação dos romanos.

Também na religião, eles pareciam tolerantes. Não combatiam o Cristianismo, mas o mantinham na sombra e abafado, sem força para se difundir, para fazer progressos, para que não entrasse em polêmica com a religião do Estado, ou seja, a muçulmana. Desejavam um Cristianismo adormecido.


Mas os católicos da Espanha não se submeteram aos desejos dos árabes. E não por provocação aos muçulmanos, mas porque a sua fé, vivida com coerência , não podia se apagar pela renúncia e pelo silêncio. Também Eulógio, nascido em Córdoba de uma família da nobreza da cidade, foi um desses cristãos íntegros. Ele era sacerdote de Córdoba quando a perseguição aos cristãos começou e já era famoso pela cultura e atuação social audaciosa, ao mesmo tempo em que trabalhava com humildade junto aos pobres e necessitados. Formado na Universidade de Córdoba, muito requisitada na época , ele lecionava numa escola pública e se reciclava visitando dezenas de museus, mosteiros e centros de estudos.


Escrevia muito, como por exemplo os livros: "Memorial" e "Apologia", nos quais fez uma contundente análise da religião muçulmana confrontada com a cristã, pregando a verdade que é a liberdade pela fé em Cristo. Essa defesa da fé e dos fiéis ele apregoava na escola pública onde lecionava bem como nos conventos e igrejas que visitava, aprimorando os preceitos do cristianismo aos fiéis e às pessoas que o escutavam, conseguido milhares de conversões.


Por isso, e por assistir aos cristãos presos, os quais amparava na fé, o valoroso padre espanhol irritou as autoridades árabes que, apesar do respeito que tinham por ele, mandaram prende-lo. Baseado no que ocorria nos calabouços, onde eram jogados os cristãos antes da execução da pena de morte, escreveu a "História dos Mártires da Espanha". Uma obra que registrou para a posteridade o martírio de pessoas cujo único crime era manter sua convicção na fé em Cristo.


Depois, libertado graças à influência de familiares e autoridades locais, voltou a atuar com a mesma força. Falecido o bispo de Córdoba, Eulógio foi nomeado para o cargo. Passou então a ser considerado líder da resistência aos muçulmanos e, quando conseguiu converter a filha de um influente chefe árabe, a paciência dos islâmicos chegou ao fim. Eulógio, foi novamente processado, preso e, desta vez, condenado à morte.


Sua execução se deu no dia 11 de março de 859. Data que a Igreja manteve para sua festa, já muito antiga para os cristãos espanhóis e os da África do Norte, depois estendida para todos os cristãos, pela tradição de sua veneração.


Santo Eulógio, rogai por nós!